POETA NÃO SOU 5
NEM SEMPRE
O teu olhar finito
Longo e profundo.
O mar.
Os teus cabelos
semelhantes a algas
Presos à rocha
Do teu coração sofrido.
O teu seio espetado
Lembra
O mar ondulado,
Agitado, Zangado
Com a vida.
O teu rosto sem sorriso,
Comprometido;
Sem compromisso
Pelas circunstâncias
Da vida desiludido.
Tudo solidão;
Quase tudo desilusão.
Imita o mar
De tempestade passageira.
Imita o mar
Mesmo que não possas
Mais amar.
Não adianta chorar.
Imita o mar
Sempre diferente.
Ora bem cheio,
Ora quase ausente,
Ora calmo e dolente.
Na manhã nascente
Parece abraçar o sol
Lá longe no horizonte.
Não tem culpa a vida.
Há sempre um renascer.
Não continues desiludida.
Ama a vida alegremente.
Do pôr do sol
Ao amanhecer
Ama sempre a vida.
JC 11/2013
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