segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

POETA NÃO SOU 111

PRISIONEIRO

Desligar a pilha 
Da minha paixão,
É como ficar
Numa prisão.
Prisioneiro dos teus encantos.
Aos meus olhos são tantos
E todos esplendorosos.
Conformo minha paixão.
E em vez de desilusão,
Uma alegria contida,
Uma alegria cantada.
Vou ser 
O teu canario
Na tua gaiola.
Chilreando ao teu ouvido,
Mesmo nesse espaço
Tão limitado.
Ainda canto
Um qualquer fado
De desilusão e Amor
Para te agradar.
Canto para te conquistar.
Capelas, contigo adentro,
Têm mais encanto.
26/04/2012
JC
POETA NÃO SOU 110 

SONHAR ACORDADO

Elegante, formosa,
Bem cheirosa,
Ai de mim.
Como uma pena 
Não anda.
Parece flutuar
Na crista da onda
De mar chão.
É uma ternura.
Leve como uma borboleta,
Não caminha.
Parece suspensa
Em nuvem de algodão,
Prenha de candura.
Mira; 
Não dorme.
Sonha acordada.
Ainda vai voltar,
Nunca é tarde, a Amar.
09/04/2012
JC


POETA NÃO SOU 109

VOANDO

A saudade 
Me levou 
E me tocou.
Fechei os olhos
E deixei-me levar,
Sem saber donde 
E para onde.
De repente
De olhos fechados
Os odores 
Me sufocaram.
As imagens gravadas
Me recordaram.
Teus olhos,
Que encantam
E cativam,
Teus odores 
Gravados
No meu coração.
Não sei se louvar
Ou lamentar
A saudade.
Apetece-me morar
No penedo da saudade.
2012
JC


POETA NÃO SOU 108

ALMA MORTA

Liberto 
Dos bens materiais,
Facil viver,
Sem os querer.
Ate ao fim
Acreditar,
No meu semelhante, 
Amigo, amante.
Profunda desilusão.
Ultima desilusão.
Não posso mais crer.
Minh'alma vou enterrar.
Viver o resto
Sem interessar.
As portas cerrar.
A solidão abraçar.
Deixar de acreditar.
Tudo é ilusão.
Tudo é desilusão.
Tudo é simulação.
Fechado aos sentimentos,
Aos interesses ocultos,
Viverei liberto.
Esperarei de certo,
O meu momento de libertação;
Vem depressa 
Templo de solidão.
08/07/2012
JC


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

DOGMAS E FALÁCIAS

CONCEPTUALIZAÇÃO VEÍCULO DE  DOMINAÇÃO

As correntes de opinião, que tornam o conceptualismo ou conceptismo como fantasias aceites e indiscutiveis são formas de dominação, usadas para fazer crer, que as coisas são assim e não podem ser de outra maneira.
No entanto, todo o conceptualismo, por mais refinado e fantasioso que seja, cai pela base, se colocar o Ser Humano (SH) como centro das suas concepções ou conceitos.
Perdida a pratica, boa pratica, da dialéctica, as elites dominantes criaram uma serie interminavel de conceitos ou concepções, sem justificação e sem sentido pratico, embora, teoricamente tudo seja possível e sem discussão.
Por conveniência das elites dominantes, a dialectica, como sendo a arte de argumentar ou pôr questões ou argumentar duvidas, foi posta de parte.
Já nada há a discutir; já esta tudo inventado e não vale a pena pensar nisto ou naquilo ou tão pouco levantar duvidas, porque são as coisas assim e não poderão ser de outra maneira.
Ao poder, ocupado pelas elites dominantes, não interessa ouvir objecções ou permitir discussões, que podem levantar duvidas na acção pacifica, sobretudo de quem é dominado.
Claro que antes da Revolução Industrial, tambem havia elites  e tambem havia dialectica.
Antes as elites eram aceites como governantes ou como grandes proprietarios e a dialectica fazia parte do dia a dia como forma de se atingirem conceitos desconhecidos ou colocar duvidas sobre se aquela conceptualização ou opinião do mestre não poderia ter outra abordagem teorico/pratica. E avançavam.
Esta exacerbada conceptualização tem um alvo predeterminado muito bem defenido, que é o SH e o não reconhecimento da sua grandeza e existência incomparavel. Não lhe dando importância é mais facil a sua dominação.
Tambem não interessa, que o SH se postule como ente superior a qualquer outro e sem qualquer semelhança com qualquer outro ser vivo.
Prova flagrante desta leitura é que na maior parte dos escritos, raramente é referida a existência do SH  como actor principal de toda a progressão da Humanidade.
Tanto assim, que uma afirmação ou escrito, se tornou numa conceptualição filosofica, aceite como tal, mas com muitas duvidas se o seria, teve a ousadia de afirmar o que se tornou um dado aduirido como conceitos indiscutiveis.
O famoso dito e frequentemente citado, embora não discutido foi : SER OU NÃO SER EIS A QUESTÃO.
Aparentemente será uma afirmação e uma negação ou não ser, sendo uma contradição latente se se refere a uma qualquer existência:SER.
E o não ser é uma negação do existir. Se é, não pode não ser. 
Esta afirmação visa a negação do SH.  Não vale nada, não tem valor.
Toda esta conceptualização cai pela base e se esvazia, se lhe colocar uma referência ao SH.
Em vez do ser-vazio de sentido, incognito, abstracto, colocar o SH É.
E tudo o resto fica sem sentido, isto é, não ser outra das maneiras subtis de denegrir a grandeza do SH e ter um discurso ambiguo não referindo directamente o SH, mas dirigindo-se-lhe, como se o fosse, sem que queiram que o seja.
Assim, em vez de dizerem no discurso SH falam de individuo ou individuos, que duvido se queira referir a uma pessoa ou tenha esse significado.
Uma das que mais me ofende é a consideração de que o SH é um animal como todos os outros animais.
Nada mais humilhante para o SH. O SH é o SH e o animal ou outros animais são os  animais.
Recuso o classificativo de animal. Sou um SH. O meu gato é um animal. E como me entende.
Outra das conceptualizações mais dominadoras do SH é o conceito de " mundo ", que não existe.. E este conceito abstracto de " mundo "abarca quase tudo embora não tenha qualquer referência concreta.
De tal modo é estranha a sua conceptualização, que as religiões da criação dizem que" deus criou o mundo".
Logo, se o mundo não existe, logo, deus criou um nada, logo, deus tambem é um nada. É um silogismo facil de chegar à conclusão.
Mas dá muito jeito ao discurso politico e religioso fazerem referências constantes ao "mundo" e ao " novo mundo ". Não os consigo encontrar em parte nehuma.
Outra das conceptualizações ou conceptismo, que mais oprimem o SH e até o torturam psicologicamente é o conceito de " céu ". Claro que o ceu não existe. 
É uma criação espirita para dominação da religião e prolongamento da sua dominação e tortura psicologica. Céu e inferno podem arrumar-se na mesma gaveta pois nenhum destes conceitos tem existência objectiva, mas apenas espirita.
Algumas das reflexões, que me inquietam e me espantam ou talvez não, da maneira como as elites, para dominarem, dominando, escavam poços fundos onde arrumam as conceptualizações mais humilhantes e quando, de tempos a tempos, vão ao fundo do poço buscar um velho conceito, caído em desuso, mas que de repente reaparece como sendo, qualquer coisa de novo: " novo mundo ", "nova politica", "nova doutrina ", " nova vida ", etc, etc, etc.
Não sei para onde vou, mas sei, seguro, que não vou por aí.
08/12/2016
JC 













segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

POETA NÃO SOU 107 

FADO TRISTE

Cantando, 
Encantado,
Embalado,
Nos braços do teu Amor.
Sonho acordado
E viajo,
Nesse desejo amordaçado
De encontrar
Uma mulher carinhosa,
Uma alma generosa,
Cheia de Amor,
Que me apagasse a dôr,
E me incendiasse
Com muito Amor.
E vou cantando, 
Encantado,
De tanta felicidade,
De tanto Amor,
Que me dás.
Esqueci tudo
Lá para trás.
2012
JC

POETA NÃO SOU 106

DESEJOS


Mais uns dias 
Passados, penosos,
Mais umas gramas
De saudade.
Dias saudosos
Sem poder ouvir
Os latidos 
Do teu coração.
Saudade imensa,
Mar imenso.
Barreira de separação.
Dias mais longos,
Sem sentir o calor 
Da tua mão.
Esperança vou tendo.
Um dia acabara
A minha solidão,
A nossa separação.
Acabar os meus dias,
Ternamente,
Nas tuas mãos.
Dar suspiros
De satisfação
E ainda sentir,
No aconchego do teu regaço 
Levedura de carinho
E de felicidade
Tudo levarei, 
Tudo guardarei
Ate à eternidade.
11/04/2012
JC



sábado, 3 de dezembro de 2016

DOGMAS E FALÁCIAS

DOGMAS DE DOMINAÇÃO

Os poderes instalados ofuscam o mais possivel a Realidade que nos rodeia.
Tudo é feito e estudado cientificamente  para que ao Ser Humano (SH) não seja reconhecida toda a sua importância.
Um dos pilares desses poderes instalados é o capitalismo ao que a economia, a politica, a ideologia e a cultura se lhe subordinam ,prostrando-se a seus pés.
Poucos sabem o que é o capitalismo, qual a sua fonte e os seus proprietarios, que vivem ocultos nas engrenagens ou "geringonças" politicas e legislativas, que distraem os mais curiosos ou que encontram rapidamente uma explicação abstracta para qualquer duvida que possa surgir a qualquer afectado pela voracidade do capital e suas sequazes instituições.
Foi-se criando a ideia falsa, dogmatica, de que não há alternativa à sociedade capitalista e à organização politica do capitalismo, que o sustem.
Estes arautos não chegam a ver com um olho  ou recusam-se terminantemente a olhar para o outro lado, onde podem existir alguns exemplos bem diferentes daquele que advogam e professam cegamente.
Quem com eles discorda e sugere: Olhe para tal lado!! Desligam e acusam o seu interlocutor de radical ou pior. Gosto daquela asserção : consigo não se pode falar!! Claro que não, porque reconhecem não ter argumentos para contradizer o que os podia levar a admitir que estão errados.
Morreu, desculpem, não morreu, mas acabou a vida do grande comandante Fidel de Castro e os poucos que tem acesso aos meios de comunicação, lacaios do capital, taxam-no de " comunista" perigoso.
Mas comunista porquê se o comunismo não existiu, nem existe e é apenas um dogma? Mais um.
Só porque Fidel e seus companheiros ideologicos entenderam que é possivel construir uma sociedade diferente da capitalista: a socialista ou outra qualquer ??!!
Sonhou toda a vida com uma sociedade mais justa e mais equitativa e é bom sonhar. Sem nunca vender os seus ideais, ou seja, mantendo firme a suas convicções politicas. O capital não lhe perdoará, nunca.
Talvez desejasse uma sociedade menos elitista e racista do que a sociedade capitalista e que é promovida diariamente.
São as elites, herdeiras da nobreza monarquica, que estão afogadas em privilégios, como foi o exemplo vergonhoso das chefias da CGD, banco estatal e do Povo.
Ao povo só se distribuem migalhas choradas, mas aos nobres elitistas da-se-lhe o que não há, aumentando escandalosamente aquilo de que já são porprietarios.
Se na caixa não há dinheiro suficiente, então, qual o problema. Lança-se mais um imposto e até o sol já paga imposto, assim com a casa bem situada e com belas vistas. Uma vergonha colossal.
O capital politico  e seus mentores escondem a realidade, que os rodeia, criando cientificamente conceitos deturpados, que ou não existem ou não têm explicação logica.
Tudo mais ou menos calculado para que as ferramentas que os alimentam e e lhes mantêm os seus privilegios não deixem de trabalhar, vivendo numa alienação quase total com as falsidades que são lançadas todos os dias e a cada instante.
Ciência - tudo é explicado cientificamente só que " ciência " não existe ou não faz sentido. O que há são estudos e estudo, mais ou menos prolongados e que acabam por dar os seus resultados ou não. Mas estes estudos resultam mais nas materias objectivas do que nas abstratas, embora nestas, cada um possa ter uma imaginação o mais livre e alienada possivel. Veja-se o caso dos estudos para decifrar o ADN do SH.
Mas dizendo-se que é um cientifico aliena mais completamente e muitos comem sem saborear.
Razão - a razão do iluminismo não existe pura e simplesmente. O que existe no SH é um cerebro incomparavel, que se limita a trabalhar os dados que lhe são fornecidos e que vai absorvendo e registando, nada lhe escapando. E raciocina.
Economia - e seus ramos tambem não existe. Economia politica ainda menos. O que existe são contas a fazer por cada actividade e ver ao fim do dia se tal produção deu lucro ou prejuizo.
Essa conta de somar e subtrair é que contem a verdade das empresas. Tudo o resto são dogmas mais ou menos rebuscados. Como se diz na giria. As empresas têm tres escritas mas nenhuma é verdadeira.
A razão criou o racionalismo época do iluminismo em que os iluminados ou priveligiados, como prefiro dizer, é que tinham a razão.
E tudo ou quase tudo gira à volta destes conceitos abstratos e falsos e sem concreção e em que o unico objectivo é a dominação das classes menos instruidas e normalmente, o operariado trabalhador.
Daí alguns teoricos considerarem a economia como que determinando tudo. Não tendo justificação a economia, logo, este determinar tudo é um falso problema.
No fundo do tunel, que o capitalista e priviligiados seus lacaios sabem que não existe luz lá no fundo, todos estes conceitos cientificamente justificados pelas elites leva a que a sociedade em que estes conceitos proliferam, se diminua a liberdade  de cada um, a democracia não exista, porque não há qualquer igualdade.
Embora muitos continuem a acreditar que a luz existe no fundo do tunel e que pode lá chegar. Um dia.
03/12/2016
JC








quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

POETA NÃO SOU 105

DESDITA

Saudade,
É lamento,
De tanto tempo
Passado;
Destinos distantes,
Caminhos diferentes,
Ultrapassados,
Sem te conhecer,
sem te ter,
sem te ver.
Saudade é,
Dois destinos
Entroncados,
Na desdita,
Na amargura,
Dos nossos fados.
Saudade será,
A amargura da ausência.
Depois de te conhecer.
A vontade imensa
De te ter,
De te ver,
De te pedir,
Suplicando,
Ama-me.
09/04/2012
JC

POETA NÃO SOU 104

SEM QUERER

Não me ames.
Nada devo receber
Do teu Amor.
Não iria corresponder
Ao teu querer.
Meu sentimento
Foi-se debilitando
Das amarguras
Do não querer.
Reduzindo, encurtando.
Teu amor seria,
Para mim,
Àgua fresca brotando,
Em pequenas gotas 
Me dessedentando.
Teu Amor seria,
Como sol,
Que brilharia
E minha alma aqueceria,
Eternamente,
Noite e dia.
Ao teu querer,
Não iria, nunca,
Corresponder.
23/05/2012
JC


POETA NÃO SOU 103

NASCIDA

Corre incessante
A nascente
Da fonte dos amores,
Para o mondego.
E o mondego
Embala, 
Nas suas àguas
Todos esses amores,
Nascidos 
Na fonte dos amores.
Alguns se perdem no mar,
Alguns de deixam Amar.
Numa manhã
Olhei as àguas onduladas 
Do velho mondego.
Um vento suave as ondulava.
Nelas espelhava
Um amor de mulher,
Mulher que encantava,
Que me encantou.
Sua beleza me enamorou.
Dela de pronto me enamorei.
No dia a dia vivo enamorado
E apaixonado.
Aquele encanto de mulher
Me enamorou, 
E a serenata ecoou.
Nas ondas do mondego 
"Dei um beijo a sós e a medo".
Aquele encanto de mulher
Correu para o mar
E não se deixou Amar.
2012
JC
POETA NÃO SOU 102

DA FONTE

O mondego te banhou,
O mondego te abençoou,
O mondego te levou
À fonte dos Amores.
Aí bebeste água pura
Onde nascem os amores.
Nasceu para ti um Amor,
Recebido com desconfiança.
Amores verdadeiros
Já não se alcançam.
Mas da fonte dos amores,
Testemunha do grande
Amor de Inês,
Nascem amores sinceros
E amores inteiros.
As aguas da fonte 
Os abençoam
Em Amor primeiro.
2012
JC
POETA NÃO SOU 101

DA FLOR

Uma flor,
Que o vento suave,
Suavemente acaricia.
E a flor evita 
A caricia e se desvia,
Baloiçando, como dançando
Com elegância e formusura.
Manhã de nevoa
Formando goticolas 
De agua pura,
Banham as petalas
Da flor
E a deixam perfumada.
A flor encantada,
Encantadora,
Absorve as gotas
E as transforma 
Em pingos de Amor.
Dá-me, bela flor,
Essas tuas goticulas
De pingos 
De teu Amor.
Serão suficientes
Para acalmar
A chama ardente
De querer o teu amor.
2012
JC

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

DOGMAS E FALÁCIAS

ESCRAVATURA MODERNA EM LIBERDADE

A idade média foi uma época longa, considerada como economicamente e politicamente importante.Claro que a religião tambem o foi embora sempre a reboque das condições politicas e economicas,  ate ser afastada, em muitos casos.
A idade média, como hoje, tinha a caracteristica social da hierarquia e das classes, normalmente determinadas pelo nascimento : Nobres e Vassalos eram as duas grandes classes classes, que ao caso interessa.
O vassalo era uma das classes, que se caracterizava por o vassalo se reconhecer como Vassalo , sendo o vassalo uma pessoa dependente de um senhor a quem fivaca a dever tributo ou preito.
O vassalo pagava tributo por utilizar e cultivar as terras do senhor. Modernamente o equivalente a pagar uma renda.
E que tambem dá a ideia de um contrato: eu cedo-te as minhas  terras e tu cultivas e dás-me uma parte do que produzes.
O dono das terras era o suserano pertencente à nobreza e o vassalo era o obrigado a pagar o tributo.
No entanto existiam obrigações reciprocas entre o suserano e o vassalo, que as partes respeitavam, pois que, era no interesse de ambos.
Este sistema, que  vigorou durante a idade media foi considerado um sistema politico e economico-social. 
O vassalo ao contrario do escravo não ficava sob a dependência absoluta do senhor, sendo o escravo subjugado e cativo, tendo o senhor todos os direitos, inclusive sobre a vida ou morte do escravo.
Embora muitas vezes haja a tentação de comparações entre vassalo e escravo, a condição de um e outro eram bastante diferentes. 
O vassalo pedia para ser vassalo, tinha algumas regalias, o escravo não tinha qualquer beneficio.
Num filme da roma antiga as escravas, que trabalhavam no palacio do imperador romano não usavam nada por baixo do manto ate aos pés, cortado lateralmente, logo, não usavam cueca. Assim, estavam sempre prontas a ser usadas pelo imperador.
A escravatura e o comercio de escravos foi uma das épocas mais negras nas relações entre os Seres Humanos. Mas pior só o trabalho assalariado. Ao escravo ainda davam de comer.
Após a idade media veio a famosa revolução industrial e os vassalos passaram a ser assalariados com a designação de serviçal, por uma salario miseravel, que normalmente não comtempla um salario suficiente para uma cesta basica de produtos de primeira necessidade para manter o Ser Humano operario e a sua familia.
Salario, que fica sujeito às desvalorizações da moeda e à inflação, que lhe come de um dia para o outro o valor relativo de parte do salario, que ganhou com o suor do seu rosto. Uma pobreza encapotada provocada pelos ditames da altas esferas politico-finanaceiras ou ditadura democratica da nobreza politica.
Não resisto a contar a historia que correu na minha aldeia. Um operario da construção civil, pedreiro, levava todos os dias o seu almoço, que era aquecido no local e era comida em conjunto.
Todos sabiam o que cada um levava de almoço. O nosso infeliz operario levava uma morcela como " conduto ".
Mas a mulher dizia-lhe quando saia de casa : " Não te esqueças de trazer a morcela ". E ele obedecia pois sabia não poder comprar todos os dias " conduto" para a sua refeição.
Os colegas descobriram que a morcela era sempre a mesma e o nosso operario foi alvo de chacota dos colegas.
De tal maneira o afectou, que se suicidou. era um BOM  operario e um melhor SER HUMANO.
Então, o assalariado é um contrato a troco de um misero salario e sem liberdade de escolha, porque o capital politico-financeiro e fascista,  se encarrega de estabelecer um tecto salarial. E ou o trabalhador aceita o que lhe é imposto ou vai pregar para outra freguesia. Tem familia e educação dos filhos. Isso que importa ao capital. Que use preservativo.
Com a Revolução industrial os vassalos passaram para assalariados deixando de trabalhar a liberdade da terra e os seus encantos para passarem a trabalhar na fábrica .
Passaram da liberdade do campo, que bom e belo, para a prisão entre quatro paredes da fabrica.
E quais foram as mudanças relativamente aos dois estatutos do Ser Humano - Vassalo e assalariado.
É que o vassalo conseguia ser autosuficiente com o cultivo da terra do nobre e ainda tinha  protecção militar. Naquela época não existia comercio nem dinheiro. Os produtos excedentarios eram trocados. Que maravilha devia ser. Oh tempo volta para trás.
Curioso notar que nesta sociedade existiam terras comunais, que o vassalo podia usar, assim como o nobre dono das terras. Será que eram Comunas ? 
Tanto assim , que há quem considere o feudalismo como uma forma de manifestação socialista. Como digo os " modernos " não inventaram nada.
O Assalariado ou operário é um escravo moderno com a falacia de estar convencido e o convencerem de que tem mais liberdade.
Escravo do capital  pois tudo o que produz é para o patrão e o misero salario que recebe, chorado pelo capital, não chega para pagar impostos e compor uma cesta basica de necessidades primarias, logo, fundamentais: pão , saude, educação.
O operario é mais escravo do que seu homologo vassalo. Escravo do grande capital, das sociedades anonimas, que apenas lhe deixam uma migalhas.
Antes da Revolução industrial, um retrocesso social, o trabalhador artesão perdeu o controle sobre a materia prima com que trabalhava e produzia, os chamados artesãos.
As teorias economicas tentaram convencer e pregaram a necessidade de os trabalhadores terem o controle sobre os " meios de produção "  para poderem aspirar a uma vida melhor e terem controle sobre a produção.
Estas teorias esqueceram-se de recomendar e doutrinar o trabalhador assalariado, que tomasse consciência da sua mais poderosa arma : " a sua força de trabalho ".
O assalariado devia ter a coragem de ficar em casa e esperar que o patrão o convidasse a trabalhar e nessa altura negociar as condições em que o faria. Será a unica maneira de se libertar dos espartilhos do trabalho assalariado e com condições pre-determinadas e impostas. Sem discussão, seja operario especializado ou não.
Muita mentalização para que isso possa acontecer e muita coragem para em algum momento passar um pouco por ter um quintal e  ser nas horas vagas, um agricultor recolector. O trabalho assalariado e escravo vira por acrescimo e se lhe convier.
E já não aconteceria mais : " NÃO TE ESQUEÇAS DA MORCELA ".
25/11/2016
JC
P.S. : Data em que muitos sonhos da revolução portuguesa, vulgo 25  de Abril, foram atraiçoados.

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terça-feira, 22 de novembro de 2016

POETA NÃO SOU 100

SONHO E SOLIDÃO

Mais um dia
De tortura,
Todos os dias.
No banho,
Minhas mãos ensaboadas
Percorrem o corpo,
Sonhando.
Não é o meu corpo,
Que vão acariciando.
É um corpo sonhado;
É um corpo desejado.
Passam o cabelo
E os ombros arredondados.
O peito são seios
Com laivos de juventude
E bastante formosura.
Eriçados de candura,
Carentes de ternura.
O ventre elegante
Adelgaçado e cativante.
O monte de Venus
Um amor de perfeição.
Herança fiel de Venus
Onde nasce a paixão.
Faltou a água.
Acordei do sonho.
Voltei à solidão.
JC
24/02/2012
POETA NÃO SOU 99

PIQUENIQUE

Um dia no campo,
Entre rosas silvestres,
Entre elas, tambem, 
A mais bela rosa, 
Que tu oh vida
Me ofereceste.
Rosa mulher perfumada,
Bem cheirosa, encantada,
Brilhante entre as rosas
Com odor cativante.
De tal modo a abelha
Se aproxima saltitante,
Dessa flor bem cheirosa
E ambulante.
O polen não lhe colhe.
De sua beleza, de seu odor
Fica enamorada.
Não volta ao cortiço.
E por aí fica
Feliz e apaixonada.
25/04/2012
JC 


POETA NÃO SOU 98

DESILUSÃO

Um mês de solidão.
Quantos mais virão?
Olho minhas mãos
Vazias e frias.
Tremulas de ausência.
Tudo será em vão?
A esperança renascida,
Alimento d'alma,
Da tua presença vivida.
Momentos fugazes,
Mas belos.
Momentos fugosos
Com teus encantos.
Momentos de desencanto
São a ausência
E a incerteza.
Do desamor, da desilusão.
Do gelo da minha solidão.
29/05/2016
JC
POETA NÃO SOU 97

NADA

Não consigo desligar,
A linha telefónica
Do meu pensamento.
E ele chama, chama,
E não encontra.
Ninguem atende.
Chama, chama
Sem cessar.
Sou navio à deriva,
Em mar calmo, sem corrente.
Meu barco ficou gasto,
De tanto esperar.
A chama do Amor renasceu
E ao nascer, pronto, feneceu.
Não encontro o eco
De quem me quisesse Amar.
Vou delirar.
29/05/2016
JC
POETA NÃO SOU 96

FEITIÇO

Vivia em liberdade, 
Até que,
Uma deusa encantada
E encantadora
Me enfeitiçou.
Feitiço, que me roubou
Toda a liberdade.
Estou dependente
E aprisionado.
Da esperança de um Amor.
Ah feiticeira encantada
Devolve minha liberdade.
Prisioneiro por um Amor,
Nunca encontrado.
Prisão dolorosa,
Doença da minh'alma.
Chora a solidão
E a ausência.
Saboreando tua presença
Assacarei todo o sofrimento
Sem lagrima de lamento.
Prefiro a prisão e a dor
Na esperança de ter o teu Amor.
29/05/2012
JC



POETA NÃO SOU 95

BEM LONGE

Ai Açores,
Terra de fogo,
De vulcões incandescentes
E aguas ferventes.
Que aquecem a alma
E os corações.
Vulcão incandescente,
Que espele
Lavas de Amor.
Ai Açor,
Voa alto,
Alto suficiente.
Aplaca minha dor
E dá-me novas 
Do meu Amor.
02/04/2012
JC
POETA NÃO SOU 94

ANGUSTIA

Passei a tarde
Na fonte dos Amores.
Ver se entendia 
A angustia do Amor.
Ai fonte,
Ai Amores.
A fonte  nada mostrou,
E a minha angustia aumentou.
Perdi a noção
Do tempo,
Do lugar,
E da distância.
É pouca a esperança.
Sem saber,
Se um dia
Me irás Amar.
Se nesse dia,
Te poderei Amar
Na fonte dos Amores.
Ai fonte,
Ai Amores.
01/04/2012
1 bjt
prosaçores

POETA NÃO SOU 93

MELANCOLIA

Escrevo.
Mas não é isso,
Que eu queria.
O que eu queria,
Era estar aí.
Poder 
sentir,
O teu dia a dia.
Aliviar 
Esta melancolia,
Que me mata.
Essa era a alegria.
O reverso,
Seria todavia,
A amargura, dura, dura,
De não me dares 
Um sinal,
De que podias Amar.
Que esse Amor
Iria perdurar.
A ser realidade
Como me ía curar.
21/04/2014
JC
prosaçores
POETA NÃO SOU 92

MEU FADO

Ai este fado,
Que me atormenta
A saudade.
Ai penedo da saudade,
Guarda aí,
Esta carga de saudade.
Mais aliviado ficarei.
Coimbra
Terra de encanto,
Não há terra
Como a minha.
Só lhe falta
Só me falta 
A minha Lurdinhas.
Coimbra de Amores 
E desamores.
A falta do teu querer,
Ai fado, fado de Coimbra,
Canta a mágoa
Do meu viver
Do meu sofrer:
" Quem dera estar contente
Enganar a minha dor
Mas a saudade não mente
Se é verdadeiro o Amor".
21/04/2012
JC
Balada  de Coimbra
Prosaçores

POETA NÃO SOU 91

ONDAS

Ouço o fado 
" Meu Amor vem 
Sobre as ondas "
Meu coração 
Quer saltar,
Meu coração 
Quer voar,
Ao teu encontro,
No alto mar.
" Oh quem me dera 
Viver nas ondas
Do teu olhar "
Acordei
E fui ao fundo.
Não me vais amar?!
Não voltei a flutuar,
Não voltei a sonhar.
" dos meus olhos
Meu Amor,
Nascem as ondas do mar "
21/04/2016
JC
Fado de coimbra

sábado, 19 de novembro de 2016

DOGMAS E FALÁCIAS

DIVINA TORTURA PSICOLOGICA

A problemática do " PECADO " é talvez dos dogmas , que mais afligem o Ser Humano (SH).
Desde cedo, somos doutrinados, para que não devemos andar em pecado, evitar o pecado e para nos livrarmos do pecado, quase
exclusivamente, através da confissão. Não cairas em tentação.
Confissão que era e é feita a um padre ou sacerdote mais pecador, que o proprio crente, que humildemente se ajoelha para confessar os seus pecados.
Lembrar que durante a inquisição ( quantos sabem o que foi ?) era atraves da abertura de espirito do confessado, que o santo oficio sabia qual o verdadeiro sentimento religioso daquele SH, humilde, crente, que resolveu ir-se confessar. O padre que ouviu a confissão total e aberta, se encarregava de ir bufar ao santo oficio o que tinha ouvido. Horrivel.
E a confissão só pode ter uma justificação: é que a doutrina massacra as pessoas e os seus crentes, com o medo ou com os varios medos, que, psicologicamente, acabam por afectar as pessoas espiritualmente menos fortes e as torturam por toda a vida.
Esses medos são varios, sendo os mais aflitivos  ou torturadores, o medo da morte, o juizo final, o medo do inferno e de lá ir parar, o fim do mundo ou armagedon, etc, etc.
Referir que o " grande " Martinho Lutero foi um dos homens , padre, que mais atormentado foi com o medo do pecado e ate à sua morte não se conseguiu libertar desse temor da vida em pecado.
Sendo casado e com varios filhos ele lá sabia porque tinha tanto pavor ao pecado, certamente, cometidos na sua juventude.
Sendo o dogma do pecado uma doutrina, que nos inculca o medo do julgamento final e da condenação eterna ao inferno, que tortura psicologicamente aqueles que não se conseguem libertar das crendices e dos espiritismos.
Estamos a falar de uma condenação espiritual ou espirita pois tudo se passa no limbo do inferno e da morte.
A minha atitude da mais elementar dialectica, quase completamente em desuso, é perguntar o que é o pecado.
E o pecado, antes de ser uma possivel violação das leis divinas, alteradas e " melhoradas " por homens sacerdotes da igreja de Roma e em que alguns padres são peritos e sem medo do pecado, é:
matar, violar, abusar sexualmente, homosexualidade assumida, etc, etc.
Ao nivel terreno e do dia a dia o pecado surge como uma criação divina. Sim, sim, digo bem, criação divina.
Todos os que tiveram uma iniciação catolica, apostolica e  romana, com a catequese  e o tormento da cruz, outra tortura psicologica, se lembram da tentação do jesus de nazare. Ainda não tinha sido promovido a cristo.
Em que jesus é tentado por uma criatura espirita e angelical, que lhe oferece o " mundo " se ele lhe obedecer.
E quem era esta entidade espirita , que ousava tentar um deus do céu?
Nem mais nem menos que um anjo guardador, assim designado por ter sido o braço direito do grande deus cirador. E o deus, tambem criou o homem, que não o SH e todos os anjos e arcanjos.
Tudo se passa ao nivel do céu ou seja do espiritismo.
Só que este anjo guardador revoltou-se porque ambicionou o poder que fora atribuido ao designado " cristo ".
E alimentou o desejo de supremacia não mostrando gratidão para com o seu criador. Como o poder corrompe.
Trabalhando em sigilo, pela calada da noite celestial, disseminou o espirito de descontentamento entre os anjos, instando-os a obedecerem à sua propria vontade.
O deus misericordioso condescendeu com o descontentamento a principio, retirando no entanto o estatuto de "querubim cobridor" ao anjo dissidente, que orgulhosamente não se submeteu ao perdão oferecido.
Em contrario, toda a sua força, que lhe tinha sido dada, foi investida na obra do engano, vulgo, "pecado".
Mas deus entendeu não abafar a rebelião ab initio e permitiu , que o universo inteiro conhecesse o anjo enganador para ser desmascarado.
Foi anunciado solenemente, que juntamente com os seus simpatizantes seriam expulsos da morada no céu. Todos anjos.
E o mesmo espirito que motivou a rebelião no ceu ainda inspira a rebelião na terra. Pobre madre terra.
É que este arqui- rebelde não foi mandado para o inferno mas para a terra para atormentar o SH e o torturar espiritualmente  e fisicamente com o pecado e a sua salvação, apenas e só, no ceu.
Logo, o pecado é uma manipulação do arqui-rebelde, consentida pelo deus misericordioso e amoroso, que no ceu se revoltou contra o seu criador e que na terra atormenta toda a Humanidade.
Tudo em nome da justiça e da honra do trono celestial. Que se lixem os SH e que obedeçam cegamente aos designios da santa madre igreja romana acompanhada dos anjos revoltados.
E já agora e de preferência com muitas esmolas.
19/11/2016
JC









terça-feira, 15 de novembro de 2016

POETA NÃO SOU 90

AUSÊNCIA

Subi à montanha
Para espreitar o mar,
Ver se encontrava
Uma estrela
No ondular.
Um ponto brilhava,
Distante.
Uma estrela na terra 
De onde não mais
Desviei o olhar.
Estrela brilhante,
Cativante.
Meu desejo é fugir.
Ao seu encontro
Quero ir.
Um ponto na distância.
Beleza cintilante 
De mulher desejada.
Recordar seus encantos,
É constante, constante,
Constantemente um desencanto.
Desci à praia, com fervor.
Vinha lá
a minha estrela.
Esta a chegar o meu Amor.
2012
JC




POETA NÃO SOU 89

REPRESENTAÇÃO

Aos meus ouvidos 
Alguem gritou:
Quem te manda ser Romeu.
Neste tempo, 
De lamento,
Não existe Julieta.
Tolo, pateta,
Vais ficar louco.
Faz teatro, representa,
Que alguem te ama.
Grita, clama
Pela tua Julieta,
Mas sem grilheta.

Liberta a alma
Romeu sonhador.
Não vais encontrar Julieta.
Nem Lurdinhas.
Não vais encontrar,
Nem sequer,
Um pequeno Amor.
16/04/2012
JC
prosaçores


POETA NÃO SOU 88

FIM

Não sei quem sou, 
Nem tão pouco,
Porque sou.
Esta existência 
Sinistra, 
Como uma vida
E uma desdita,
Apenas feita
De desgosto.
Sem qualquer gosto.
Não me deste vida
Naquele beijo.
Não te dou 
O sol, nem a lua, 
Muito menos uma estrela.
Tu és uma 
Encantadora
E brilhante estrela.
A sombra negra
Da minha vida de desgosto, 
Não me deixa viver,
Do sol posto
Ao amanhecer.
Enterra a esperança.
Não a quero ter.
Deixa-me atormentado,
Morrer.
O meu caixão
Deve ter
A forma do teu coração.
14/05/2012
JC


domingo, 6 de novembro de 2016

DOGMAS E FALACIAS

PRODIGA REVOLUÇÃO

A constituição de Cadiz de 1812 aprovada em cortes extraordinarias, reunidas na cidade de Cadiz e logo promulgada é o primeiro documento constitucional da Peninsula iberica.
Esta constituição surge por força das guerras napoleonicas e  na sequencia da revolução francesa de 1789 e talvez já sintoma da sua deturpação e dos esmagamentos dos seus ideais, pois que no ideario da revolução não estaria a implementação de um imperialismo e de um imperador.
Como resistência às invasões francesas houve a organização dos herois espanhois em juntas de resistência ao imperador francês, Napoleão e a ideia de criação de uma constituição.
Um dos principios fundamentais foi o reconhecimento da soberania popular, alegando os constituintes, que a soberania reside no POVO e não no rei, que entretanto foi obrigado a abdicar do trono e fixaram-lhe residencia em castelo de luxo (!) em frança e não foi morto, talvez porque a Espanha era aliada da frança , particularmente, no que há peninsula iberica diz respeito.
Se a abdicação do rei levou à criação e promulgação de uma das constituições mundiais mais antigas, a de Cadiz, como primeira consequencia das guerras napoleonicas, as consequencias das guerras napoleonicas não se limitou à peninsula iberica, mas tambem a todo o colonialismo espanhol da america do sul, onde os espanhois tinham criado parte do seu imperio colonial com pés de barro.
Uma das figuras mais ilustres e brilhantes da libertação colonial foi o Venezuelano Simão Bolivar, que veio à europa aquando da revolução francesa, mas decepcionado com o que viu, longe do que esperava e vendo que os ideais da revolução foram rapidamente atraiçoados, regressou à sua patria e encetou a luta pela libertação das colonias espanholas, desde a Colombia ate praticamente à Argentina.
Um dos lemas foi de que, tendo o rei de espanha abdicado, então, ele já não tinha quem o representante naquelas terras e já não deviam obediência aos representantes e governadores em nome do rei.
Daí que a primeira constituição da Venezuela e não só, de mil oitocentos e tal, seja tambem uma das mais antigas, à semelhança da de Cadiz.
Um viva à revolução, que criou revoluções e permitiu que os povos oprimidos e colonizados se libertassem do imperialismo colonial.
Ainda hoje, talvez mais ainda, a LIBERDADE é uma grande falácia.
06/11/2016
JC

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

DOGMAS E FALACIAS

OS ACHAMENTOS

As potencias ocidentais europeias, imperialistas e colonialistas, estão a comemorar 500 anos da descoberta e ocupação dos países ultramarinos.
Os espanhois a viagem de colombo, os portugueses, a descoberta do caminho maritimo para a India e os holandeses e ingleses tambem tem alguma coisa  a festejar.
Partindo da capital do reino, Lisboa e seguindo para sul, passado o estreito de gibraltar, ate ao cabo da boa esperança e por aí fora. Foi facil, mais ou menos barato e deu milhões.
Oa paises ocidentais e colonialistas celebram, mas ninguem se lembrou de perguntar aos povos originários aonde chegaram e ocuparam as suas terras, isto é, os que habitavam aquelas terras desconhecidas para os ocidentais, o que acharam e acham das " descobertas " ou achamentos.
Não vale a pena perguntar pois talvez os imperialistas ocidentais ficassem muito envergonhados pelas atrocidades cometidas, em que parecia que os selvagens eram os ocidentais, que invadiram e ocuparam aquelas terras, algumas, autênticos paraisos.
Sempre com a fé e a evangelização por lema e matando se necessário porque não eram pessoas os povos originarios porque não conheciam a fe cristã.
Alguns dos marinheiros e invasores tiveram a coragem de reconhecer que os " indios " ou povos originarios eram tecnicamente e culturalmente, eram mais evoluidos, do que os proprios paises ocidentais.
É que parece , que os ocidentais invasores não descobriram nada ou  " acharam " como dizem sarcasticamente os brasileiros, que o seu país não foi descoberto mas achado. E estão certos.
É que, os navegadores ocidentais, ao chegarem às costas sul americanas estavam convencidos que tinham chegado à India. Um pequeno engano como tantos outros na cultura  e conhecimentos ocidental.
Havia de facto necessidade de expansão para retirar importância ao centro asiático à volta do mediterraneo antes de ser "mare nostrum" e como a história se repete, dizem, um pouco como acontece hoje.
Mediteraneo, mar vermelho e toda a zona limitrofe, onde dominavam os Assirios, os arabes, os fenicios e claro, o grande Egipto.
É do Egipto que vem o desmascaramento das viagens de circumnavegação de África pelos ocidentais, particularmente a coroa portuguesa.
Foi o faraó do Egipto, Neco, muito conhecido no ocidente, quem mandou escavar o canal que vai do Nilo ate ao golfo arabico. Devia ser louco o homem ou com pouca inteligência, como diriam os ocidentais mais cultos.
Quando acabou a escavação, enviou fenicios em barcos, reconhecidos como grandes marinheiros, que navegaram do mar da eritreia e cruzaram o mar ao sul e com a recomendação de no regresso navegarem atraves das colunas de hercules, limite do conhecido ate então, ate chegarem ao mar do lado norte e daí ate ao Egipto e de volta a casa.
Claro que houve logo quem pusesse em causa esta viagem de circumnavegação do continente africano.
Os navegadores sairam do mar vermelho, navegaram pelo do sul - oceano indico, , tornearam africa, ate tomarem a direcção norte e atravessaram o mediterraneo de volta ao egipto. Isto tudo  cinco ou seis seculos antes da nova contagem do tempo.
Este trajecto tem-se tornado verosimel pela informação dada pelos marinheiros fenicios ao descreverem a viagem de circum navegação, feita sempre com o sol à sua direita, quer ao passarem ao longo da costa de Moçambique, quer depois de tornear o corno de africa ao sul, para o lado ocidental de africa, sempre, ao longo do dia com o sol à sua direita.
Não esquecer que naquele tempo se navegava quase sempre com terra à vista , sempre que as condições atmosfericas o permitiam e não empurravam para as caraibas, como veio a acontecer mais tarde com os experimentados marinheiros ocidentais.
Neste sentido os paises costeiros e os seus pescadores conheciam e sabiam navegar ao longo de toda a costa africana, ocidental e oriental.
Então o que descobriu o Sr Vasco da Gama?!
Patriu do promontório de sagres , passou o estreito de gibraltar, passou marrocos, onde já tinhamos feito uma tentativa de ocupação , com mar e ventos conhecidos e navegou sempre com o sol à sua esquerda e com um ou outro marinheiro ou pescador, que já conhecia o mar e as suas manhas  e a maneira de navegar em segurança para sul como bem reconhece Luis Vaz de Camões e alguns historiadores.
O que descobriu o Sr Gama??!! 
Nada, apenas mais um aldrabão a colher frutos que lhe não pertenciam.
19/10/2016
JC







segunda-feira, 17 de outubro de 2016

POETA NÃO SOU 87

CAMINHANDO

Vagueio
Pelas bordas do mundo,
Bem distante e deserto,
Onde não há
Pão nem vinho,
Nem erva daninha,
Nem alma irmã.
Caminho como ébrio,
Caminho,
Como cão,
O melhor amigo,
Abandonado por aquele, 
A quem deu todo o carinho.
Caminho 
Sem destino,
Sem eira nem beira,
Sem orientação,
Sem " estrela cintilante " 
Que me dê orientação,
Que me dê a mão.
Caminhando sem fim
Não tenho flôr,
Não tenho jardim
Para mim.
17/04/2012
JC


POETA NÃO SOU 86

NO PENEDO DA SAUDADE

Quantos sonhos,
Quantas ilusões,
Por ti passaram
Oh penedo,
Que te chamam
De saudade.
Nestes bancos de pedra,
Que os musgos
Cobrem
E escondem,
Anos e anos, 
De sonhos,
Transformados 
Em saudades.
Fui 
Ao penedo da saudade
E debaixo do musgo,
Daquele banco de pedra
Gelado,
Congelei,
Todas as minhas saudades.
14/06
JC


POETA NÃO SOU 85

ETERNAMENTE

Ama-me, devagar,
Para que o tempo,
Pareça, que parou.
Um abraço,
Para que fique consolado,
Por momentos aliviado,
Da solidão.
Uma lagrima
Rebelde, Rola, 
De felicidade,
Na tua boca.
Trocamos beijo
Acre e doce.
Labios
Untados com oleo
Da eternidade.
Deste, gesto nobre,
Um dedal de felicidade.
2002
JC


POETA NÃO SOU 84

COM ESPINHOS

Impecilho 
Sem semente;
Sem sentimento.
Roseira brava
De espinhos afiados,
Espetados,
Profundamente;
E a suplica
De compaixão,
Ninguem a sente.
Sofre, vilão, 
Sem crime, 
A condenação
De uma agonia,
Lenta, sem a razão,
Ou a sensibilidade 
De um perdão.
2/12/2002
JC
POETA NÃO SOU 83 

CINZAS

As cinzas 
Ainda estavam frescas;
Como fresca 
Estava a madrugada.
Ainda se levantava,
De quando em vez,
Uma chispa de fogo,
Qual estrela cintilante.
Estrela quente
Brilhante;
Durante segundos
Bailava no ar,
Como não sabendo 
Onde parar.
Voltou às cinzas
Ainda frescas
E as transformou
Numa chama quente
Chama em torrente
Envolvente
Como a chama do teu Amor
Ausente.
JC

terça-feira, 11 de outubro de 2016

DOGMAS E FALACIAS

O DOGMA " ECONOMIA "

Economia não é nada do que se fala na radio, TV e jornais. Economia pura e simplesmente não existe.
Se lhe chamam " ciência economica " como "ciência" não existe, logo, por maioria de razão, economia, tambem, não existe.
Quando fazem reportagem sobre o que se passa nas bolsas financeiras, mudo logo, porque me irrita falar da evolução da bolsa ou das bolsas: de uma parte delas, apenas, ainda por cima.
Só falam das politicamente comunicaveis ou politicamente correctas.
De entre as várias definições de economia, que se podem ainda encontrar, vou pela negativa, isto é, vou referir as que acho que não definem economia, apesar de o tentarem.
Economia não são o conjunto de normas que determinam a produção e distribuição da riqueza.
A produção é determinada pelo empresário e a sua unica lei é a da procura ou aquilo que mais lhe interessa, as encomendas , o que tem de fabricar para satisfazer as encomendas suficientes para que a fabrica funcione.
Distribuição de riqueza raramente acontece ou porque não há lucros nas empresas ou porque são investidos de imediato, fazendo um jogo contabilistico ou não, para fuga ao pagamento de impostos. Mais ainda.
Logo, os empresários não fazem distribuição de riqueza como deve ser entendida: feitas as contas de deve/haver, sobra uma determinada quantia não necessaria gastar para que a empresa funcione e sera a riqueza que a empresa produzio naquele ano.
O estado, no seu orçamento e nas empresas publicas sobre a sua alçada, tambem poderia e deveria obter riqueza, mas no ultimo meio seculo não me recordo de haver alguma vez distribuição de riqueza: isto é, distribuição a cada contribuinte dos excedentes positivos do orçamento pela boa gestão e eventual boa poupança.
Economia, tambem não é o proveito de se gastar pouco. Isso são as economias de cada um.
Uma coisa tenho quase a certeza: os politicos, não digo governo, tambem não sabem o que é economia e o que deviam ser se fossem minimamente, intelectualmente honestos, era fazerem de economos, porque deviam ser apenas administradores  e não bolseiros - bolseiros aqui significa encher os bolsos ou as carteiras ou enriquecerem sem terem necessidade de jogar na lotaria ou no totoloto.
O termo " economia " - é um papão politico, que encobre a geopolitica, o imperialismo, o capitalismo e o preço do petroleo.
Todas estas materias fazem parte do cientismo da economia como um papão, que se atira para a berlinda, quando as coisas correm mal.
E correm mal porquê - porque todos os anos se elabora um orçamento de estado muito bonito, cheio de nove horas, sem erros. Embora tudo esteja perfeito e os parametros encontrados sejam os possiveis e previsiveis à hora da sua elaboração e fecho.
De repente sobe o petroleo, valor que não foi previsto, pois é o papão da economia.
Os imperialistas lançam mais uma guerra preventiva e uma das armas dos paises pobres e pequenitos é lançar o papão da economia.
A moeda com que se compra e paga o petroleo desvaloriza: a culpa é do papão da economia. Notar que o petroleo é dos poucos produtos cujo preço é fixado nas bolsas.Porque será??!!
Donde se pode concluir, que a economia não tem fundamento e pode considerar-se mais um dogma politico e financeiro, semelhante aos dogmas religiosos.
Uma coisa não entendo. Na execução do OE ( orçamento de estado ) dos paises mais pobres e devido ao papão da economia, que tudo justifica, detectam os economos politicos dos privilegios sem fim, que o OE esta a derrapar e o dinheiro recaudado não vai chegar para as despesas.
Qual a melhor solução. Baixar ou eliminar algumas despesas mais ou menos superfluas, se é que não são quase todas.
Por exemplo: não pagar aos nobres politicos economos durante dois ou tres meses.
Fechar a assembleia da republica das bananas durante meio ano ou mais para assim poupar o dinheiro com a sua manutenção e os custos da criadagem ou nobreza menor.
Reduzir as forças desarmadas- digo desarmadas porque perante as potências com arsenais belicos modernos dá vontade de rir falar em forças  "armadas ". Na guerrilha somos bons, institucional ou não.
Vender os submarinos- não, não é para distribuir o dinheiro pelos economos politicos, mas para abater no OE.
Fechar o banco de portugal e o tribunal de contas, evitando a despesa brutal que fazem. Etc, etc, etc.
Mas o que é que acontece normalmente nas cabeças alumiadas, desculpem, iluminadas dos economos politicos. 
É muito mais facil lançar mais algum imposto do que eliminar algum privilegio, por menor que seja.
Como a "economia" é um monstro papão para tentar assustar o Zé pagode; oh Zé se não te portas bem atiro-te acima, mais uma vez,  o monstro papão da economia.
Zé, pagas e não bufas. Sim Sr ECONOMO. ( duas reverências )
Out 2016
JC