sábado, 27 de fevereiro de 2016

DOGMAS E FALÁCIAS


EMBALADOS NO ENGANO

Para os gregos os Ythos ou mito, era tudo o que dizia respeito à imaginação e que não é possivel de verificação, mas que tem a força da persuasão.
A mitologia é semelhante a argila, com que os pensadores antigos modelaram mil imagens a seu belo prazer e dando lugar, a mitologia, à criação poética ou filosófica, nunca constituindo um dado imutável, nem uma teologia revelada.
Parece que o Homem de criação divina, supostamente, também foi modelado do barro. Pobre Ser Humano.
Assim, o filosofo imagina uma criação dos seres humanos "moldados" com duas cabeças, quatro braços e quatro pernas. 
Mas estes humanos de duas cabeças eram demasiado fortes e para os enfraquecer, foram divididos em duas metades autonomas. E assim nasceu a humanidade.
Logo, nesta era de criação houve a intenção de enfraquecer o ser humano e nunca mais deixou de o ser. Enfraquecido e humilhado.
A imaginação do espirito humano e a faculdade de criar realidades imaginadas foi exercida com perfeição ou quase, no dominio da religião.
A mitologia pretende atrair o divino à terra e abolir toda a distância entre o imortal e o mortal, não o conseguindo.
Claro que os " medos" tolhem a capacidade de pensar e reflectir de muitos seres humanos, que não acreditam nas suas capacidades, antes  acreditando e rogando a entidades mitologicas ou supostamente divinas, para os ajudarem.
Os deuses semelhantes aos humanos misturam-se com estes e encarnarão neles, num trabalho de efabulação e imaginação, de que o pensamento religioso é a mais perfeita apropriação.
A mitologia desenvolve-se à sombra dos santuários com muitas lendas perdidas nos confins do tempo e folclore ou ritos à mistura e muito anteriores aos pensadores gregos.
Sempre me lembra, ainda, de nas festas da aldeia, haver a festa religiosa e uma parte profana, que se mantinha apesar da apropriação religiosa dos ritos da cultura popular.
Havia e há uma realidade pseudo-religiosa complexa, dentro e fora da grécia, sem qualquer autoridade sacerdotal e com variações em cada povo e em cada lugar, em cada clã e em cada tribo.
A mitologia compreende mitos relativos às pessoas divinas e às tradições lendárias e em que surgem os heróis - seres semi-humanos, semi-divinos, nascidos de um deus e de um mortal.
A mitologia é ( foi )  um sistema de pensamento destinado a explicar o que desafia a razão e que esta não consegue explicar.
Os pensadores gregos criaram a história da engendração dos deuses em simultâneo com a da criação, provavelmente, uma ideia oriunda da asia menor e conquistadores indo europeus e pre-helenicos.
Nesse imaginario,  a literatura vai ter um papel importante relatando em poema a historia da criação do "" mundo "" e das gerações divinas com a sua genealogia própria e com influência do pensamento oriental.
Mais uma vez se mostra que o ocidente não criou nada.Limitou-se a aderir e ás vezes deturpar o que lhe impingiram.
Para a mitologia grega ou imaginário poético, os aristocratas e suas familias são de descendência divina, mas o homem popular ou vulgar, nasceu da terra e aparece como um dado da natureza à maneira das plantas e dos animais.
A religião vai dizer que não e que o homem foi criado à imagem de um pretenso deus. E esta discussão vai-se arrastar por séculos, senão, ainda hoje.
O humano ( neste caso com minuscula) era considerado ou ainda é um grau menor do divino, embora, os deuses sejam indiferentes à felicidade humana. Talvez a primeira manifestação racista da história.
A coisa complica-se para a maioria dos seres Humanos, quando alguns homens pretendem ser um deus.
Tudo lendas e fabulas, embora algumas reconheçam, que os homens viviam felizes, livres de cuidados ou males, antes da apropriação politica e religiosa. Antes da democracia.
Conta a lenda que um deus previdente encerrou todos os males numa jarra e que uma deusa perversa destapou e todos os males se propagaram aos deuses e aos homens.
 J.C.                                                                                            27/02/2016


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