quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A FALACIA DA PROPRIEDADE


A partir de certa altura da longa história do Ser Humano ( SH) considerou-se ser necessária uma nova ordem juridico/politica bruguesa.
O substracto dessa nova ordem foi a criação do capitalismo e a destruição de ancestrais condições economicas mais vantajosas para as maiorias.
Tirando alguns privilégios da nobreza e da monarquia no entanto os SH maioritariamnte dependentes ainda conseguiam ter alguma vantagem como eram aqueles que estavam adstritos à terra, que cultivavam e conhiam para si e para a sua familia, sendo a outra parte para o suserano.
Essa nova ordem nunca mais deixou de reinar, tendo privilegios muito superiores aos feudais em que a grande maioria passou a classe  proletaria sem terra e sem qualquer fonte de rendimento.
Havia que massificar os SH para que ficassem em absoluto dependentes do capitalista, considerada a grande maioria assalariada como indolentes e preguiçosos incapazes de gerirem o pouco dinheiro que lhes era pago, sendo esta uma das explicações para a sua pobreza.
Estava em voga no sec. 18 como ainda hoje a tese da preguiça natural das classes trabalhadores que por culpa sua eram pobres.
Esta ideia foi o embrião das concepções deterministas, que vieram a dar apoio e legitimar o racismo e que ainda hoje explicam o subdesenvolvimento como um fenomeno perfeitamente natural e culpa apenas e só dos preguiçosos trabalhadores.
Começou tambem a coisificação dos trabalhadores assalariados justificando a " exploração do homem pelo homem " . Deixou de haver trabalhadores e muito menos SERES HUMANOS.
Diziam os teoricos que de um lado havia uma elite diligente, como hoje, e do outro lado uma escumalha preguiçosa, que nem para trabalhar serviam, como hoje.
Desta leitura nasce a pobreza da grande massa a qual continua a não ter nada para vender a não ser a si propria e a riqueza de uns poucos, que apesar de há muito terem deixado de trabalhar a sua riqueza cresce continuamente.
Alguns referem a lenda do pecado original teologico, que conta como o SH ( " o homem criado " ) foi condenado a comer o pão com o suor do seu rosto por ter comido a maçã da arvore da sabedoria. 
A lenda do pecado original economico conta como é que há SH ( pessoas ) , que não precisam de trabalhar para enriquecer cada vez mais.
Estas duas lendas ou talvez mais reais do que parecem, explicam as relações de produção capitalistas : A nova ordem permitiu a acumulação de capitais nas mãos de uma nova classe social. O 1º banco foi criado em Inglaterra por volta de 1684.
E a emergência de uma nova classe social de trabalhadores " livres " mas condenados a condições de trabalho infra-humanas.
A acumulação de capitais é um atropelo constante das maiorias saqueadas que as cruzadas e as supostas viagens de circum-navegação permitiam.
Os SH ( " achados " ) Brasil ou supostamente descobertos não tinham qualquer direito sobre aquilo que já possuiam e que as elites descobridoras saquearam.
Mas tambem na europa se aplicou a nova ordem juridico/politica sobretudo com a expulsão dos camponeses pobres ( servos ou não ) das terras que cultivavam e nas quais garantiam a sua subsistencia e a do seu agregado familiar.
Passaram a ser livres das correntes da servidão feudal para passarem a ser proletarios  ou operarios escravizados pelo trabalho e a ganhar o pão com o suor do seu rosto, dizem alguns, que o " diabo " amassou.
Houve quem os considerasse mercenarios porque vendiam a sua força de trabalho por um misero ordenado, como ainda hoje.
Esta nova ordem juridico/politica foi acompanhada por uma chamada revolução inglesa sobretudo no campo da agricultura e da industria.
A violência é a parteira de toda a velha sociedade que estava gravida de uma nova, que dá apoio à transformação do modo de produção feudal em capitalista.
A acumulação original de capital acelera-se com o sistema colonial , com o sistema de divida ao estado ( ainda não existia a troika ), impostos, sistema protecionista e as cruzadas, que atraves dos mercadores italianos e não só, que ate ao sec. 15 permitiram com o comercio com o oriente grandes lucros com bens apenas ao alcance das classes dominantes.
Foi com o poderio dos açambarcadores, usurarios, comerciantes, especuladores, banqueiros, que se acentuou a  acumulação primitiva de capital.
Com os açambarcamentos de certas materias, com a especulação dos preços dos produtos de primeira necessidade nasceu uma burguesia comercial, que rapidamente se aproximou da antiga nobreza dado que passaram a defender mais ou menos os mesmos interesses. Serem ricos atraves da desgraça das maiorias.
As viagens atlanticas de Portugal e Espanha abriram novos mercados com novos produtos e os escravos, tendo aqui nascido o 1º comercio mundial com fabulosos lucros transformando-se numa actividade bastante prospera e rapidamente monopolizada por grandes sociedades de acções entretanto criadas sobretudo em Inglaterra, frança e paises baixos.
Esta mundialização do comercio deu lugar a uma revolução comercial a que os SH escravos deram uma grande força.
Os povos autoctenes dos paises colonizados foram os mais sacrificados pois que a quantidade de ouro e prata que possuiam foi objecto de saque incontrolavel, particularmente, Incas e Maias, alem de utilizarem mão de obra escrava e negócio de venda de escravos.
Alem das condições duras de trabalho ( por escravos ou não ) a base da civilização dos povos indigenas foram destruidas e muita dessas populações dizimadas e a base da acumulação monetaria da europa dependeu do grau de exploração do escravo e trabalhador americano colonizado.
A verdadeira riqueza deixa de ser a propriedade de terras para passar a residir na titularidade dos papeis de credito. Ai a troika. 
A riqueza desmaterializou-se e as classes de trabalhadores do campo e do artesanato sofreram com a diminuição do seu poder de compra, como hoje, em que os poderes publicos preceituavam regras de fixação de salarios ( baixos e minimos ) negando o direito de assossiação, com horarios de 12 horas por dia.
As massas camponesas ligadas à terra e que cultivavam em virtude de direitos feudais sofreram e quase  desapareceram com a chegada dos capitais à agricultura.
Os campos são ocupados por rebanhos de gado lanigero para produzir lã para as manufacturas sendo considerada a primeira especialização da agricultura e que deu lugar à proletarização dos camponeses.
A riqueza passou a ser a fonte do prestigio e do poder dando lugar ao aniquilamento das antigas casas feudais. Tudo pacifico e em nome do progresso e salvaguardando sempre o viver das maiorias!!
Nos finais do sec 15 existia a propriedade comunal tradicionalmente utilizada pelos povos de uma certa região para nelas se abastecerem de lenha e madeira para a construção das suas casas e apascentarem os seus rebanhos.
Esta propriedade comunal foi usurpada pelo estado e transformada de terras de cultivo em terras de pastagem e os camponeses expulsos de onde tiravam o seu sustento ficando à mercê de quem lhes desse trabalho em condições inumanas e que deram lugar a grandes massas de mendigos e vagabundos.
Estes vagabundos estiveram na base do proletariado moderno.
Os artesanos foram vitimas mais ou menos do mesmo. Os artesãos eram pequenos produtores autonomos que viviam do rendimento do seu trabalho e da venda do que faziam sem intermediarios.
O comerciante aparece e passou a comprar o produzido pelo artesão passando a ser intermediarios junto do comprador e o artesão perde o control do produto do seu trabalho.
Mais tarde da-se a a separação com os meios de produção que lhe pertenciam ficando à mercê do empresario.
A nova ordem juridico/politica-religiosa estava aí com o nome de capitalismo, que se impõs quando a burguesia enriquecida à custa do saque, da usurpação, da escravatura e sobretudo com a proletarização de grandes massas de SH atirados para a vagabundagem e a mendicidade, tudo em nome do progresso e dos direitos humanos, como hoje ainda se verifica.
Onde entra a historia do SH em toda esta alteração da ordem social existente e criação da nova ordem social ?
De SH livres e com alguns direitos existentes no feudalismo, de vida saudavel no campo, a SH escravizados e sem quaisquer direitos e a terem de ganhar o pão com o suor do seu rosto, como ainda hoje.
A rev. Industrial permitiu a transição do capitalismo ainda não totalmente potenciado para um estadio em que a " revolução " das tecnicas de produção e um processo especifico de produção nas fabricas.
O excedente da produção dito " social " assume a forma monetaria e é apropriado ( acumulado ) pelo capitalista proprietario dos meios de produção, que o artesão entretanto tinha perdido.
As inovações tecnicas são imediatamente aplicadas à actividade rodutiva.
A industrialização arrastou consigo uma revolução economica e uma revolução social, transformando os costumes ancestrais , os valores e os sonhos da população camponesa e artesana, destruindo comunidades familiares para os transformar em mão de obra barata, disponivel e escrava.
Esta massa de trabalhadores , que antes viviam ao ritmo do trabalho no campo doi encarcelada em fabricas , trabalhando quinze horas por dia e persuadindo-as de que o trabalho na fabrica odios é a unica salvação, neste " mundo " e no outro. Assim uma especie de antecamara da ida para o ceú depois da " morte " ou seja do fim da vida; com discursos a condizer das elites portadores de ideologia alienante.
A degradação do SH e as situações de miseria moral e social com o alcoolismo, violência, criminalidade e suicidios em grande escala.
era a vida de subsistencia de um proletariado miseravel.
Os pobres criados com o saque das terras araveis e cultivaveiseram punidos por serem pobres e castigados por criarem filhos futuros indigentes .
Alguns alertaram de que o trabalhador é a fonte de toda a riqueza, mas o operario continua pobre e destituido , enquanto que aqueles que não trabalham são cada vez mais ricos e possuem abundância em excesso.
A partir da implantação do capitalismo à escala mundial assistiu-se à destruição das estruturas produtivas dos paises colonizados, porque as populações destes paises já viviam, mas foram lançados numa miseria degradante criando um enorme fosso entre ricos e trabalhadores cada vez mais pobres.
Tambem se falou de " escravos brancos " condenados a trabalhar ate à " morte ".
Os ingleses proibiram a entrada de escravos africanos e das colonias de entrarem em Inglaterra para que os residentes fossem obrigados a trabalhar.Eram os escravos brancos.
ao controlar a industria o capitalismo afirmou-se com a civilização das desigualdades. Maxima riqueza, maxima pobreza, como ainda hoje.
Estou à espera de ser nomeado pelo governo para a CGD para passar a ter uma remuneração nobre, isto é, de rico. O Zé pagode paga tudo.
Fome para a população mais numerosa e acumulação cada vez mais para os ricos, já bastante ricos.
De cerca de 1500 ate 1850 a actividade humana com a sua miseria tornava o SH num selvagem, tendo pouco mais do que aquilo que é necessario para não morrer de fome existindo sempre um exercito de SH prontos e de reserva para a actividade industrial.
Como hoje a pobreza extrema atingia e atinge milhões de SH e os que trabalham, apesar disso, vivem no limiar da pobreza  e da exclusão social. Existe sempre um "muro" invisivel que os aparta.
Os explorados são mantidos dentro do sistema, miseria moral do sistema capitalista, porque sem explorados o sistema não funcionaria.
Por sua vez os excluidos não contam para o sistema capitalista e são reduzidos a nada ou coisificados e passam a mercadoria barata e que vende a sua força de trabalho para ser explorado alegremente. Explorados acordai. Não necessitais de trabalhar.
Em resumo : os paises ricos da europa conseguiram as suas riquezas atraves do saque das riquezas dos outros selvagens, atraves de monopolios de mercadorias necessarias, conseguidas com trabalho escravo não remunerado dos paises colonizados, onde não havia SH.
Na europa com ocupação de terras comunais e destrição das condições de vida ligadas à terra, destinadas por usurpação à pastoricia enviando milhões de SH para a vadiagem, pobreza, indigência, como ainda hoje. É a grandeza dos imperios.
Brilhante capitalista e sociedade politico/financeira que vive da opolência à custa da desgraça da maioria dos SH, que compoem as populações maioritarias.
Esperemos que não haja uma invasão das cidades pelos mais necessitados ou que os explorados, todos, tomem consciencia e deixem livremente de trabalhar para o sistema opressor e explorador.
São estes paises ricos, que lideram as decisões politico/economicas e defensoras acerrimas dos DIREITOS HUMANOS mas só das elites, da nobreza e da burguesia capitalistas atolhadas ate ao pescoço na exploração dos SH pelos SH.
Pouco antes da rev. Francesa de 1789 os jovens eram raptados na europa. Chegados à colonia americana eram vendidos pelo capitão do navio e passaram a ser propriedade dos seus senhores capitalistas e qualquer ataque a este e outros direitos de propriedade era considerado uma violação dos direitos humanos, porque se considerava que só o proprietario tinha dignidade humana.
Só os direitos dos proprietarios eram direitos do homem. Pouco mudou ate hoje.
É antiga a ideia, como hoje, de que a sociedade tem de estar necessariamente dividida em duas classes: uma dos ricos que mandam atraves do capital politico financeiro; outra dos pobres, que servem desumanizados.
Para que o sistema subsista é necessario que exista uma infiniadde de SH uteis, para poderem trabalhar e serem escravizados, que não possuam absolutamente nada , apenas a sua miseria a que tenta fugir, vendendo e escravizando a sua força de trabalho.
Assim surgiu e se mantem a propriedade burguesa perfeita, absoluta e exclusiva.
Daí se considerar que só o proprietario é um verdadeiro cidadão e é a propriedade que faz o cidadão.
Se não a adquiriram com o suor do seu rosto mas a usurparam ou saquearam isso pouco importa aos interesses instalados.
Ago2017
JC






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