segunda-feira, 28 de agosto de 2017

FALACIA DA FÉ BOA E DA FÉ MÁ

O SER HUMANO ( SH ) é bombardeado diariamente com conceptualizações ou conceptismos, que mais o oprimem de que libertam e até o torturam psicologicamente, como é o conceito de céu. Claro que o " céu " não existe e é uma criação espirita para dominação da religião e prolongamento da sua dominação psicologica do SH pelo SH.
Céu e inferno podem arrumar-se na mesma gaveta  pois que nenhum  destes conceitos tem existencia objectiva, sendo apenas uma criação espirita e instrumentos de dominação.
Algumas das reflexões que me inquietam e me espantam ou talvez não, é da maneira como as elites para dominarem, dominando, escavam poços onde arrumam as conceptualizações mais humilhantes para o SH e quando, de tempos a tempos vão ao fundo do poço buscar um velho conceito, caido em desuso, mas que de repente, reaparece, como sendo qualquer coisa de novo: " novo mundo ", nova doutrina, nova politica, etc., que de repente na defesa de uma suposta doutrina superior ( cristianismo ) rapidamente apelidam todos os outros , p.ex., como pagãos.
E pagãos passaram a ser todos os que não eram cristãos em torno do sec 4 , que os cristãos do Imperio Romano, particularmente do ocidente, usaram ou a  apelidaram, quando se referiam a um SH que não era cristão e que ainda acreditava nos antigos deuses romanos e seculares.
Mas o paganismo não era assim tão mau como algumas das suas caracteristicas mostram:
Uma das principais caracteristicas era de que a religiosidade pagã era a imanencia divina. A divindade encontrava-se ou encontra-se na natureza, o que incluia os Seres Humanos, manifestando-se atraves dos seus fenomenos.
Outra das caracteristicas muito importante era, é, a ausencia de noção de pecado, inferno e tambem a noção de santidade  e mal absoluto ou do profano.
As religiões pagãs não precisavam de templos, pelo menos inicialmente, pois que era a terra a sacrilizada, com a existencia de sitios sagrados, alguns que se mantiveram e foram aproveitados pela igreja catolica, para não afastar a clientela.
Eram os ciclos naturais e agricolas, que determinavam  e em que o calendario religioso se confundia  com o calendario sazonal agricola , o que lhe conferia um caracter de fertilidade.
Havia uma relação pessoal SERES HUMANOS/DEUSES , o que não permitia o dogmatismo das estruturas religiosas  e padronizadas havendo uma grande liberdade de culto.
Havia uma religiosidade domestica, por familia ou grupos familiares ou grandes festivais em que os rituais eram comunitarios e todos os membros da comunidade participavam.
Os feitiços traduziam uma religiosidade magica com a natureza. As divindades eram representadas ao nivel terreno o que tornava as religiões pagãs com um menor conflito interior não pregando a necessidade de se dominarem ou conter impulsos ou pulsões naturais deixando-as fluir livremente, sem culpa nem pecado.
Eram religiões intuitivas e corporais pois que os pagãos valorizavam mais a vivencia da religiosidade pelo corpo , sem a noção metafisica platonica/socratica e judaico cristã de corpo versus espirito.
A vida postmortem ou depois do fim da vida, nunca foi um ideal pagão pois consideravam que o encontro com o divino se dava sempre  em comunhão com a natureza. Madre terra dizem alguns povos sul-americanos, que mantêm uma forte ligação à terra tida como sagrada e viva, levando a um fundamental respeito a todas as formas de vida e de existencia.
Daí a cultura pagã ter uma relação magica com a natureza. Com o cristianismo abandonou-se a ligação à terra e aos seus ciclos e a importancia que tem para o SH.
Quebra-se a relação pessoal com os deuses para se criar um " mundo " espirita do pecado, do inferno, do céu, do julgamento final, para criar uma atmosfera espiritual de temor e de tortura psicologica, mesmo alem do fim da vida de cada SH. Uma tortura psicologica durante a vida e para a eternidade.
O paganismo é mais respeitador das necessidades materiais e espirituais do SH e sem medos ou torturas.
Havia que dominar e arrebanhar os antigos pagãos e nada melhor que proibir com uma primeira tentativa no ano de 392 da era deles e com a pena de morte a quem continuasse a fazer rituais pagãos.
Claro que eram mortos com um exacerbado Amor cristão.
A igreja catolica apostolica e romana nunca conseguiu extinguir, de facto, as crenças classificadas de pagãs, havendo durante muito tempo e ainda hoje uma fé dupla, em que a minha é melhor do que a tua.
Nada como perseguir e condenar à morte aqueles que tinham crenças tão ou mais verdadeiras, mais antigas e muitos SH foram condenados à morte, com muito amor cristão, acusados de bruxaria, sobretudo contra curandeiros e bruxos adeptos das medicinas naturais e não das medicinas cientificas. Preferiam um chá a uma aspirina, vá la saber-se porquê.
Depois do saque de Roma imperial em 410 da era deles, pagãos e cristãos estão em conflito aberto pois que os romanos, agora ditos pagãos, responsabilizam os cristãos pelo desastre de Roma ao abandonar o culto dos deuses, que tinham feito a fortuna e a gloria de Roma.
Logo apareceu um solicito teologo, por acaso criado e educado no paganismo, Agotinho, demonstrando ou tentando provar que a Roma não lhe faltaram êxitos com o aparecimento do misticismo e da igreja catolica apostolica e romana, acabando por concluir com algum ineditismo de que as virtudes Humanas, i.é., do SH e dos cidadãos é que explicam a grandeza do Imperio Romano do que a intervenção dos deuses ou do deus.
Pode-se concluir, que é o SH que faz a religião e não  a religião que faz o SH.
Foi uma distinção radical, que entre a cidade dos homens e tambem dos SH com pecado imperial  e a cidade de deus, virtual e sem pecado mas sem o brilhantismo de uma cidade imperial, em que as suas gentes se valiam dos seus deuses numa procura singular ou individual para marcar o seu destino, que será o inexoravel fim da vida de que os deuses ou o deus não nos podem libertar.
O cristianismo ocidental apostolico romano inculcou nos espiritos de cada crente a crença inatingivel na libertação ou salvação eterna.
Uma ficção espirita da cidade virtual de "deus", no céu.
Ago2017
JC




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