sexta-feira, 22 de setembro de 2017

 A FALACIA DO CAPITAL


Os imperios devem a sua grandeza, quando a atingem, à grandeza moral dos seus dirigentes fazendo cumprir e seguir os valores perfilhados e mais convenientes para a sociedade que dirigem.
Foi um imperio cuja existencia dizem remontar à cerca de 35.000 anos.
O que é interessante verificar é que muitos dos conceitos, que hoje são seguidos, já naquela o eram embora com pequenas diferenças de entendimento como é natural.
Neste imperio existiam ou eram considerados três niveis de consciencia. É bom reparar que falam de consciencia no plano espiritual, psiquico e fisico.
Na sua existencia e vivencia consideram tres planos de manifestação.
O céu, morada do sol, da lua e todas as estrelas e onde habitavam as almas dos homens virtuosos, que ainda os havia naquele tempo pelos vistos.
Consideravam um segundo mundo, o da geração e dos Seres Humanos ( SH ) com as suas virtudes e os seus defeitos.
Consideravam um terceiro mundo ou mundo inferior ou infra-mundo onde moram as almas pouco evoluidas com a noção de ser ali o mundo das almas que vão nascer por necessidade de equilibrio entre os vivos e os mortos.
Consideravam o cadaver uma semente, que penetrava a terra para das suas entranhas surgir um novo SH , que o iria substituir.
Parece já terem, naquele tempo, a noção de reincarnação e de que és pó e ao pó vais voltar.
Mas agora com uma função de renovação do SH falecido surgindo das entranhas da terra um novo SH.
Era importante naquela altura a terra, muito mais do que agora e não necessitavam de medidas climaticas para a respeitar.
Neste imperio existia um codigo de moral quotidiana , que se expressava num não sejas mentiroso, não sejas ladrão e não sejas ocioso.
Pelos vistos estão muito esquecidas estas regras morais de sã convivencia nos nossos dias e para as nossas bandas.
A mais grave infracção moral era o acto de roubar, porque todos tinham o necessario para viver condignamente.
Quem roubava não o fazia por necessidade, o que seria uma atenuante, mas roubava por cobiça e ociosidade.
Como castigo era mandada cortar a mão que praticou o roubo. Uma mão ajuda a outra, logo, deviam ser as duas.
Os nossos primeiros reis tambem aplicavam este castigo. Ou a quem mata arranca-se-lhe o coração pelas costas, pobre Inês de Castro.
Toda a sociedade tinha um grande sentido de ideal de pureza pelo que nos dias determinados, que antecediam cerimonias consideradas religiosas praticavam o jejum e a abstinencia de certos alimentos como ainda hoje se pratica em algumas religiões.
Parece que não aprendemos nada de novo e não inventamos nada de novo.
Havia um profundo conceito de solidariedade sempre que ocorria alguma calamidade ou pestes ou secas ou inundações.
O exemplo dado pelas classes altas e dirigentes era fundamental para a vida e convivencia das populações.
Parece que os bons exemplos dados pelos dirigentes se perderam completamente.
A formação moral e cumprimento destes principios era incutido na criança desde o seu nascimento sendo mais importante  a pratica do dever do que o cuidado com o corpo.
Ensinava-se às crianças a serem uteis ao imperio e consequentemente a todos e sem causar dano a ninguem.
Às crianças, como parte da sua educação, eram-lhes dados pequenos bocados de terra, que a  trabalhavam, para que tivessem sempre presente , que todos deviam trabalhar.
A ociosidade era proibida e não existiam ociosos. Todos trabalhavam para sua propria subsistencia.
As terras eram propriedade do Estado não existindo propriedade privada nem terras cultivaveis ao abandono.
As terras eram distribuidas a cada familia segundo o numero de integrantes dessa familia.
Se algum membro da sociedade não podia trabalhar a sua leira, por doença ou outro qualquer motivo atendivel eram os vizinhos que cultivavam, para ele, o bocado de terra que lhe cabia.
Quando acontecia um falecimento a leira de terra , que lhe cabia era redistribuida a um novo membro da sociedade, pois que, as crianças, assim que nasciam, recebiam o seu quinhão para agricultar.
Neste imperio veneravam-se duas divindades principais: O sol e a lua. Consideravam o universo um ser vivo, que nascera, vivia e morreria.
Tambem tinham um conceito de criação, que considerava , que no principio  e na origem só havia vapor de agua, que inundava o universo. Este vapor de fumo condensou-se e formou a terra. Tambem tinham a noção de diluvio.
No interior da terra viviam os espiritos da Natureza, que criam todos os seres vivos à imagem do céu.
A terra era considerada mãe e o mar e as suas aguas eram considerados primordiais.
Terra e agua, fogo e ar eram considerados os elementos, que faziam parte da constituição de que nascera a criação.
Consideravam as colinas, as pedras, as arvores investidos de um caracter sagrado ficando no centro do sistema religioso o imperador divinizado, considerando, o seu deus nascido da espuma do lago e desaparecido na espuma do oceano, marchando sobre as aguas.
A  educação e a moral eram importantes na convivencia das populações concretizando-se numa social teocracia.
Os ociosos para comer tornam-se ladrões. Para que não haja ladrões , não deve haver gente ociosa, tendo esta ideia sido aplicada em lei.
Todos deviam trabalhar no seu proprio interesse  e em beneficio de todos , pois que todos possuiam o necessario para viver bem, com uma leira de terra e por isso, se trabalhada, ninguem tinha necessidade de se apoderar do alheio.
Consideravam, que a ordem terrestre era reflexo da ordem cosmica e o imperador enquanto sumo sacerdote era o elo de ligação e o garante da passagem da vida do aquem para a vida do alem.
Consideravam a vida uma aprendizagem constante e uma preparação para o outro lado da vida, que tambem, consideravam existir. Os mortos eram mumificados.
A unidade de destino para todos e com todos era um dos objectivos transcendental da sua educação com a argumentação mais do que com a violencia se obtem o que se quer e é necessario.
Existiam dentro do estado agrupamentos de familias, que viviam num regime comunitario, com leis e costumes particulares sob o controlo do poder central e o mais velho dessa familia era o responsavel pela organização e desenvolvimento do grupo estando todos ligados à terra e ao trabalho desta.
A terra mais que um valor economico tinha um valor  tradicional e sagrado.
Não existia propriedade privada e quando  nascia um filho este recebia uma parcela de terra, que se lhe dava em forma de emprestimo, devolvida aquando do seu falecimento.
Uma parte do tempo era destinado a cultivar  os campos dos invalidos , que por doença não o podiam fazer.
Os parasitas, os ladrões, os corruptos e os cobardes eram severamente punidos, mas a fome, a miseria e a injustiça não tinham lugar no imperio.
Este imperio chegou a ser considerado mais evoluido do que a europa e em que pautava um sistema de protecção fraterna.
O imperio procurava aumentar e dinamizar atraves da conquista. Mas raramente havia guerra.
O povo ou tribo, que se propunham conquistar eram convidados, em nome do sol, a reconhecer a autoridade do imperio sendo os seus chefes tratados com honra e com presentes.
A historia do fim deste imperio de sonho e irmandade foi destruido com a matança de 1,8 milhões dos seus integrantes em nome da imposição da " fé unica e verdadeira ".
Este imperio foi considerado ter alcançado um nivel cultural e tecnologico bastante desenvolvido o que o afasta totalmente do conceito de SH primitivos e cujo motor real desse desenvolvimento foi a magia religiosa.
Neste imperio não existia o conceito actual de capital e propriedade. Os pagamentos eram feitos em especie e trocas.
Tambem acreditavam na alma e na vida para alem da morte. A lua , dama da noite, indicava à alma o caminho para o alem superando diversas provas simbolizadas pelo oceano e pelas ondas, ate encontrar uma ilha.
As duas ordens miticas, solar e lunar, representavam dois movimentos religiosos complementares. 
Uma vez por ano estas duas ordens reuniam-se para um combate ritual. A luz solar, diurna e  a luz lunar, nocturna, complementam-se e oferecem ao SH a possibilidade de harmonizar os seus contrarios.
Alguns conhecimentos esotericos ou maximas de vida dos habitantes deste generoso imperio:
É possivel que tenhamos de ser apenas SH.
Não sou um sabio mas apenas um ser apaixonado pela vida.
Sou guerreiro; a minha espada é o AMOR; o meu escudo o humor; o meu espaço é a coerencia; o meu texto é a liberdade criadora.
Perdoem-me se a minha felicidade é insuportavel mas não escolhi o bom senso comum.
Apenas o AMOR inspira as minhas acções e reflexões.
Deixei de questionar se as minhas acções incomodam aqueles que convivem ao meu lado.
Não precisamos de correr para nenhum lugar; apenas dar cada passo com plena consciencia.
Quando permitimos, que as coisas sejam maiores do que nós, o nosso desequilibrio esta garantido.
AMO a minha loucura, que me vacina contra a estupidez.
Amo o AMOR , que imuniza contra a infelicidade que prolifera, atrofiando os corações.
As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade , que a sensação de felicidade lhes parece estranha.
As pessoa estão tão reprimidas, que a ternura espontanea as incomoda e o AMOR  lhes inspira desconfiança.
A vida é um cântico à beleza, uma chamada à transparência.
Peço-vos perdão, mas declaro-me VIVO E INDIO.
Set 2017 
JC








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