terça-feira, 24 de outubro de 2017

A FALACIA DO FIM DA ESCRAVATURA

Vamos ter um apocalipse, não de destruição da terra, mas de transformação e destruição do SER HUMANO ( SH).
A historia, dizem, que se repete e vamos ter mais do mesmo.
Vamos voltar a ter escravatura, mas desta vez uma escravatura mais sofisticada em que o SH já não tem consciencia da sua liberdade e da sua autonomia, mas foi transformado num automato.
Dizem que as maquinas vão dominar a vida. Pois aí têm as maquinas humanas transformadas em robots ou seja, os SH.
Tivemos a escravatura das descobertas imperialistas da europa ocidental; mas aí o escravo continuava a ser senhor da sua autonomia e da sua vontade. E continuava a sonhar com a liberdade e com a sua libertação. Teoricamente acabou por conseguir esse desiderato.
Porque a escravatura continuou de forma talvez mais acentuada com o fim do feudalismo e da sua estrutura economica, para passar a viver do salario de miseria e a trabalhar doze horas por dia e ate mais, sem as condições de salubridade, que lhe forneciam o contacto diario com a madre terra.
Situação que ainda hoje se mantem nos paises ditos industrializados, apenas se tendo alterado as condições de higiene no trabalho e no horario laboral, não pelos lindos olhos do trabalhador escravo, mas porque os empresários capitalistas chegaram à conclusão de que podiam matar o escravo trabalhador se não tivesse um minimo de condições de higiene e saude.
A estes dois exemplos de exploração do SH pelo homem capitalista e da existencia de trabalhadores escravos houve uma situação ou uma tentativa de dominação e selecção do SH, que foi o ideal de pertença a uma raça pura, que o nazismo idealizou e que infelizmente, teve consequencias ainda mais desumanas, que só o heroismo do sacrificado povo russo conseguiu travar.
Estas questões ficaram como que adormecidas pelo imperialismo ocidental, mas que não ficaram esquecidas, e hoje, hoje, sim, digo bem, hoje, a ciencia economica continua afanosamente a trabalhar para alcançar o sonho da dominação de grande parte dos SH.
Não é em vão, que se diz e sonha com que a maquina deixara o SH aliviado da carga de trabalho. Só que não acrescentam, que essa maquina passa a ser o proprio trabalhador escravo e exSH geneticamente modificado.
Apenas e só automatos sem vontade, sem autonomia, sem poder de decisão e de reivindicação.
Apenas sabem trabalhar desalmadamente - trabalhadores e SH geneticamente modificados e completamente dominados e escravizados.
Os excedentes do trabalho-prefiro dizer o lucro do trabalho deixara de ter como objectivo melhorar a vida dos trabalhadores escravos, porque os trabalhadores escravos geneticamente modificados já  não terão vida.
Os trabalhadores automatos já não terão de escolher entre duas modalidades de empobrecimento; salario, protecção social e desemprego ou redução de salarios, emprego precario  e pequenos biscates.
Duas faces da mesma moeda do capitalismo selvagem e de massas escravizadas.
Na gestão do capital e da empresa os recursos humanos deixam de ter lugar com os trabalhadores escravizados e geneticamente modificados.
É claro que, já hoje, a maior parte das ocupações laborais não se podem considerar empregos, porque são trabalhos que não permitem ao SH trabalhador escravo, viver condignamente e garantir uma vida condigna e familiarmente decente.
Claro que os filhos seguem a mesma via e são já a esperança do capitalista de que os filhos ocupem o lugar de escravo dos pais e os filhos serão carne para canhão, na guerra e na fabrica.
Segundo as teorias da economia cientifica, que não descura a sua investigação e assume os resultados, o trabalho é uma forma de empobrecer, que se verifica pelos indicadores de pobreza humana, que a abundancia de bens materiais não exclui o agravamento da miseria.
É flagrante e abissal a desigualdade entre rendimentos do trabalho escravo e rendimentos do patrimonio, mesmo nos paises propulsores do capitalismo selvagem.
É claro que o dinheiro enlouquece e a sede de cada vez mais possuir é uma loucura criando uma sociedade a duas velocidades e com dois universos: a dos accionistas, ociosos, e os outros - os trabalhadores escravos; os especuladores e os assalariados de base e sem poder reivindicativo.
A distância dos ricos ou muito ricos em relação aos mais pobres é cada vez maior, mas a ciencia economica sabe que o bom andamento do capitalismo selvagem assenta na infelicidade do SH  trabalhador escravizado.
E a pior condenação para a maioria dos SH trabalhadores escravos é que a incapacidade de garantir a manutenção de um determinado nivel de vida, gera a transmissão hereditaria das desigualdades com aumento dos suicidios em SH cada vez mais novos e em todas as idades, sendo o suicidio considerado a expressão de um mal estar social , tirando-se a conclusão de que entre prosperidade economica e desenvolvimento do SH não existe nenhuma ligação.
Paralelamente a degradação do planeta prossegue em passo acelerado com esgotamento dos recursos, os residuos toxicos e a poluição geral, em que os lençois freaticos estão contaminados, assim como os solos e a propria atmosfera. Nada que a ciencia economica não saiba.
Caminhamos para uma sub-humanidade em que o valor de um SH trabalhador escravo é sempre sacrificado  no jogo do valor das produções-medindo o valor de um SH pelas suas produções o SH trabalhador escravo é o que vale menos e é sempre o sacrificado e desprezado.
A esfera cientifico/economica manipula tudo e ate o proprio SH, que de semelhante passa a desconhecido e é apenas uma peça mais ou menos necessaria, manipulavel, apenas aceite como peça descartavel do lucro.
Como o SH trabalhador escravo tudo é atingido pelas elites insaciaveis de lucro desregulando o clima e o equilibrio das especies.
Estão-se a investir milhões de quantidades de dinheiro na tentativa de ultrapassar uma ultima barreira de dominação do SH pelo SH ou melhor das elites capitalistas, logo, de uma minoria, pela eventual dominação de grandes massas de SH geneticamente modificados.
E essa barreira ainda intransponivel, qual "muro ", que não admite que se passe uma linha vermelha, como agora se diz, é o conhecimento e a decifração dos codigos geneticos do SH, que o individualizam e o tornam diferente e unico.
A reprodução do leão é sempre igual; a reprodução do SH é sempre diferente. Dizem alguns, que a aproximação homem/mulher antes do acasalamento já resulta dos codigos geneticos de cada um.
Ultrapassada a barreira do codigo genetico as performances fisicas e intelectuais de cada SH e a propria essencia da especie humana entram no campo do manipulavel e sob a lei do lucro maximo, que vai levar à desvalorização dos valores essenciais do SH.
O SH deixara de ter uma vida natural para ter uma vida artificial e robotizada  e passa a constituir mais nitidamente um elemento coisa da propriedade industrial e comerciavel.
Como já dizem alguns antecipando passamos a ter humanoides robotizados.
Toda a forma do SH geneticamente modificado pode ser patenteado e a reprodução natural deixa de existir, como a clonagem genetica de alguns animais de genoma mais simples e já descodificados nos mostrou e as sementes hibridas ou tambem geneticamente modificadas.
O SH trabalhador escravo tambem pode passar a ser um produto transgenico escravizado e dominado. Quantos ?? Depende das necessidades do capitalismo selvagem ou da loucura de uma elite supra e super humana.
Toda a genetica ficava, se já não esta, sujeita ou submetida à lei do capital. 
A capacidade maravilhosa de o SH se poder reproduzir vai pertencer e aparecer no balanço comercial do investidor.
Modificados geneticamente a maioria dos SH passam a escravos assumidos pelo capital, finalmente, sem vontade, sem reivindicar, sem lazer, sem greves, sem doenças, mansos e doceis, o grande sonho das elites, que sonham com um exercito de escravos geneticamente modificados e obedientes para o que faça falta.
Será que os SH poderão ser declarados , ainda, como patrimonio comum da humanidade???!!!
OUT 2017
JC










sexta-feira, 20 de outubro de 2017

POETA NÃO SOU 150

EFEMERAS

São efemeras
As flores.
Mas não deixam 

De ser belas
E de nos encantar
Com o seu colorido.
Com a qualidade 
De todos os anos
Ressurgirem
Em cada primavera.
Tambem a nossa vida
Nos parece
Muitas vezes
Efemera
E sem sentido.
Mas de repente
Surgem momentos,
Que nos fazem
Acreditar,
Num rejuvenescimento.
Como que uma nova 
Primavera,
Que tudo renova
Tudo relança,
E nos faz acreditar
Que vale a pena viver
Em cada amanhecer.
MAR 99
JC


POETA NÃO SOU 149

JARDIM DA MANGA

Borbulha a água
No repucho,
Ao ritmo 
Do meu coração.
Triste e silencioso,
Pesaroso da distância.
Esvoaça 
O pombo
Perseguindo a pomba,
Que arrulhando,
Com vénia,
Manifestando
Mostra, cortejando
Seu sentimento.
De amor profundo,
Mas ela 
Não ligando.
Passa o par 
De namorados
Namorando .
Passo lento
Deleitoso,
Empurrado pelo vento.
Beijo trocam
Discretamente.
Mão dadas ternamente.
Ele vaidoso,
Ela, cabelos 
Soltos, loiros, 
Ao vento.
Mostra o seu 
Encantamento.
Do encanto
Da paisagem 
Resta-me
O ritmo pobre 
Do meu coração.
Triste e silencioso
Por longe estar 
O seu Amor.
E do seu silêncio
Mui pesaroro
Andar.
FEV 99 
JC



POETA NÃO SOU 148

TERNURA

Olhar terno, 
Olhar meigo;
São eternos 
Os momentos
Em que  os recordo
E revejo.
E neles repouso, 
Cansado
Da sua ausência.
Torturado
Pela saudade,
Fecho os olhos
E num lamento,
Alimento
A esperança ,
De mais cedo, 
Que tarde,
Me poder deleitar
Com a sua ternura,
De me poder encantar
Com a sua meiguice.
Tão longe os recordo,
Mas, 
Tão perto os sinto.
MAR 99
JC


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O DOGMA DA ECONOMIA CIENTIFICA

Economia é uma ciência. Só agora soube que a minha avó  era uma grande economista, pois era ela que geria toda a economia domestica, em que o maior lema era de que nada se podia desperdiçar, sobretudo o que sobrava das refeições.
Se não era ou já não era aproveitado para mais uma refeição , era aproveitado para os animais domesticos produtivos, que faziam parte da economia domestica.
Então posso concluir como as modernas designações mais pomposas, que a minha avó era uma grande cientista licenciada em ciencia economica domestica ou administração domestica.
Com o sucesso de alguns economistas domesticos, a politica tambem quiz beneficiar dessa vantagem e ao meter-se na economia desgraçou a economia, pelo menos no brilhantismo que alcançou a gestão domestica.
Não se gastava porque não havia dinheiro suficiente e o endividamento estava fora de questão. Não se comprava pela mesma razão.
A " ciencia economica ", que devia levar o país à riqueza e ao engrandecimento acabou por minar as decisões politicas de tal modo se deixou levar pela facilidade do capital, que levou as entidades publicas a endividarem-se com juros altissimos e cuja divida mais capital são impagaveis.
Quando da crise da Grecia um ministro europeu confessou-se arrependido de ter emprestado uma quantia que dava para aumentar o salario minimo para o dobro. Pobre coitado e fraco economista.
Quem acaba por pagar tudo com lingua de palmo, é o pobre do cidadão atraves de cada vez mais impostos, porque os politicos não são atingidos, pois que recebem cada vez mais.É fartar.
O nexo entre gasto individual e equilibrio foi perdido e a politica daquilo que deveria ser foi completamente abandonada.
A sociedade e consequentemente os SERES HUMANOS  ( SH) tornaram-se egoistas com uma cada vez mais acentuada redução do interesse colectivo.
Os que não conseguem ser egoistas pelo individualismo aparecem como parasitas de um sistema que os protege.
A economia cientifica busca explicações, que não soluções, para manter um sistema, que favorece as desigualdades e que ate as considera imanentes e necessarias e em que o SH trabalhador escravo é o que menos conta ou conta apenas como peça absolutamente necessária e ainda não completamente descartavel.
Os autores são coniventes com um estado e um sistema em que nada pode ser alterado para melhor, não procurando soluções diferentes, nem argumentos novos, sobrevalorizando a escola pacificamente aceite do pensamento unico e sem derivações. Isto é, sem possibilidade de dialectica.
Mecanismos do mercado e poder politico andam de mãos dadas, caminhando de mãos dadas, na certeza da exploração do homem pelo homem e do trabalhador escravo, sabendo-se à partida, que o poder politico inteiramente fundado nos mecanismos do mercado, não resolve as desigualdades e pelo contrario as pode aprofundar, sendo o resultado universal das assimetrias do poder, que se geram com base no mercado.
Tudo porque não há democracia mundial mas apenas e só, cada vez mais, mercado mundial.
E se o mercado cria desequilibrios e desigualdades o maior sacrificado é o trabalhador escravo e logo o SH.
Foi feita uma proposta de reformulação dos organismos internacionais ( OMC, FMI, BM, OIT ), numa nova organização mundial de desenvolvimento social, que não obteve acolhimento. 
O social é o que menos conta nas relações de mercado.
Essa reformulação visava colmatar a ausencia de mecanismos de base democratica, legitimos democraticamente e aceites pelas opiniões publicas e respeitadas pelos movimentos sociais.
Mas no fundo e com poder de decisão alguem espreita o passo negativo da dialectica e as teorias de quanto pior melhor ou amantes das sociedades perfeitas.
As propostas alternativas são normalmente utopias a discutir e dos passos a dar para uma realização progressiva.
Existe uma ideologia politicamente correcta fazendo as vezes de pensamento, que a ortodoxia do sistema impõe atraves do pensamento unico, um moderno dogmatismo com pretensões universais dos interesses de um conjunto de forças ditas economicas, que são as do capital internacional apresentadas por alguns lacaios, cuja importância lhes advem das forças diante das quais se agacham.
O dogma paira no ar sob a forma de afirmações constantemente repetidas e marteladas, sem discussão, sem dialectica.
Donde resulta um determinado numero de teses, que exprimem a ideologia das forças dominantes e elitistas em que o economico se sobrepõe ao politico, economia que é liberta do obstaculo social.
O mercado é um idolo de barro, que qualquer Dª Branca, banqueira do povo, derrumba e cuja mão invisivel corrige as disfunções do capitalismo, sobretudo os mercados financeiros e sem rosto.
Pretende-se  menos estado nas actividades lucrativas e cujos investimentos estão concluidos, como foi o caso da E.D.P., com uma arbitragem constante a favor das receitas do capital em detrimento das do trabalho ou seja, do escravo trabalhador.
É constante e assumido o esmagamento do fraco pelo forte e nada se pode contra isso, meu irmão, e teras de te sujeitar, ou melhor, deixar escravizar.
A miseria dos humildes e dos trabalhadores assalariados é o preço da prosperidade geral e a economia cientifica e dogmatica sabe-o perfeitamente.
A logica financeira dita a sua lei ditatorial e tudo corrompe não se admitindo, que outro "modus vivendi" seja possivel.
Esta morta a dialectica. Pode ser que ressuscite milagrosamente e racionalmente.
OUT 2017
JC







quarta-feira, 4 de outubro de 2017

POETA NÃO SOU 147

CORO

Vozes.
Desalinhadas,
Desafinadas,
Cruas
E selvagens.
Vozes
Desligadas,
Desabridas,
Desencantadas.
De gente
Triste
Mal-amada,
Desiludida,
Desencantada, 
Que o maestro 
Firme e delicado, 
Molda 
Em vaso afinado.
É assim 
A minha voz.
Triste,
Mal-amada,
Desiludida, 
desencantada 
Mas...
Com o vosso calor 
E amor
Se tornou
Iludida 
E apaixonada.
FEV 99 
JC


POETA NÃO SOU 146

SONO/SONHO

Fui.
Tive de me despedir.
E desci
Ao fundo do mundo
E adormeci.
Receios, medos
Do mundo atribulado,
Me esqueci.
E sem sonhos 
Acordei.
E tudo recordei
Do muito mal 
Que ficou,
Do pouco de bom 
Por que passei.
Como era belo
Meu acordar
Se ...
Já vivendo a realidade 
Do presente ,
O passado, 
Não tivesse 
De recordar.
FEV 99 
JC 




POETA NÃO SOU 145

ESSA VOZ

Ai essa voz, 
Que me deixa 
solto;
Ai, essa voz,
Que me prende
Todas as minhas 
Emoções.
Voz meiga, terna, 
Que me cobre 
A alma,
Iluminando
O meu ser
E por breves
Instantes
Me faz, de alegria,
Renascer.
Voz cândida,
Que derrama ternura,
Como a nascente
De água pura
E onde me apetece 
Banhar.
Ai, se eu pudera 
Tudo alterar.
Só com o nosso 
Encontro
Irei parar e descansar.
JAN 99
JC