terça-feira, 24 de março de 2020

DOGMAS E FALÁCIAS

DOGMAS SOLTOS

Vejo a humanidade sofrer em nome de quimeras. Incentivo os Seres Humanos ( SH ) a amarem-se a si mesmos. 
O medo torna-nos surdos à verade.Nenhum devia ter de conquistar o respeito.
O casamento como um sacrifício  do SH para representar o drama doméstico.
Cada dia um caminho de descoberta e de desafio pessoal.
Os dramas emocionais e psicologicos  devoram o amor e a união fracassaram e converter-se-ão num monstro insaciavel, que devora o amor e o converte em mil investimentos e medos.
Para onde foram os SH felizes.
Procuram a liberdade e um amor ilimitado , que só surgem quando o medo se extingue .
Procuramos com a força da vida até que se extinga.
Quando deixei de me sentir amarrado ao passado e aos medos reforçou-se a força da vida, que eu tenho.
Tenho só uma certeza absoluta: A VIDA e aguardo, sem medo, o seu fim.
Libertei-me das crenças bacocas, que tanto me afastavam da minha própria autenticidade.
Não tinha jeito para vender mitos.
O processo consciente de cada um está minado de armadilhas, desvios e alguns sucessos.
Simbolos tão antigos, tão esquecidos e tão afastados do ponto de origem da Humanidade.
Pretensiosos santuários erguidos em honra da matéria e da "morte", cópias toscas de de uma pretensa verdade eterna. 
Também eu sou uma falsificação e um impostor, da linha dos Humanos ignorantes e os seus fantasmas  persistentes, longe do lugar onde os homens se tornam deuses e cada santuário um farol para as almas errantes e os cegos para o mundo infinito.
A transcendência requer uma corajosa alteração de perspectiva interior.E Eu?!
A minha humanidade não precisa da pessoa para além dos limites da realidade fisica.
O maior acto de viver é ter o controlo da história pessoal de si mesmo.
Já não existe nenhuma cidade onde os Humanos se tornavam deuses.
Mas em cada cidade existe um santuário onde os HUmanos  se transformam em demónios.
A autenticidade dos meus sentimentos é o meu pobre legado de SH para SH em prol da Humanidade como fazendo parte do sonho global da Humanidade - a perfeição de cada vez mais SH.
Cada dia me esforço por aperfeiçoar os meus sentimentos  para comigo e para com os outros.
As crenças acabam por ser tiranas, que exigem o sofrimento Humano.
Deuses antigos e deuses novos e porque havemos de nos preocupar com deuses?
O SH nºao precisa de ter fé em deus ou deuses mas apenas ter fé em si mesmo e a fé é a própria vida.
Passamos o tempo a sonhar e sempre em mutação.Sempre a sonhar com a eternidade , essa criatura mágica, SH criador de todas as magias, longe ou perto da realidade e acaba por fundir-se com a propria Terra, sem nada encontrar, embora as suas ambições fossem ilimitadas.
A memória, essa princesa da verdade não deixa fechar a porta da existência e do sentir, tudo gravado nesse disco duro, que é o grandioso cerebro do SH sempre pronto a esclarecer e como, o quando e o porquê.
Só o cerebro do SH é sinónimo de progresso, bem e mal intencionado.
Os SH são os artistas da vida sempre a lutar contra os medos.
Conhecimentos que com tanta frequência provem do pensar do SH. Não se pode desligar, porque as ideias são quase tudo, permitindo a solidão do silêncio ou a xinfrineira.
Nesse silêncio a vida dá-se a conhecer em metamorfoses constantes de vai e volta.
Não nos respeitamos, nem aos outros sem dar conta do mal que fazemos a nós próprios no tentador, que incita ao medo em todas as oportunidades.
Sem consciência da monotonia das vidas do SH, sem amor desmaterializado.
Pretensos governos de desgovernos, HUmanidade crivada de muitos males, muita injustiça e sofrimento do SH., cansado sobretudo por SH detentores de verdades.
Deposita-se fé nas opiniões e nos errores.
Nem sequer sabem se aquilo em que acreditam sobre si mesmos é verdade ou mentira.
Vigiado pela religião o milenar conflito do SH do bem e do mal a lutarem em todas esquinas por todos os  pretextos.
Os SH preocupam-se com as questões do bem e do mal?
Aparentemente sim, mas tanto praticam o bem , como o mal,  um conflito entre a verdade e a mentira.
A minha verdade e a tua mentira, que contamos a nós mesmos.
Só a vida é bem e a sua mensagem viver e deixar viver sem privilégio do conhecimento para servir a mensagem da vida.
Se a verdade existe além da minha verdade ela é um mistério disfarçado de resposta.
O amor é uma palavra corrompida pelo mau uso e pelos desejos egoístas, no palco  do teatro dos SH, vestindo os seus disfarces e as suas mascaras declamando para o anfiteatro tiradas bem ensaiadas a sua verdade, chorando, lamentando, tentando pescar distraídos, que torna tão entusiastas o genero Humano. Um drama consciente esquecendo o só sei que nada sei.
A vida parece um bufete, em que ninguem perde um petisco banqueteando-se com o escandalo, espalhando boatos. Um pequeno incentivo para retirarem as mascaras da hipocrisia, sem nada mudar.
Vidas construídas, pouco vividas, à base de sílabas , sons e forte argamassa das crenças de todos e de cada um, tentando vender ao outro a sua.
Não reconhecem a autoridade suprema das ideias sobre os actos do SH apesar de os SH estarem ligados por palavras, quase sempre mudas.
A vida dos adultos parece uma telenovela a decorrer no cenário de um manicómio sendo finito e frágil, procura com a máxima ansiedade o infinito, sonhos acordados e sonhos adormecidos, de grandeza, de riqueza.
O tempoé a memória de cada um comandado por mentes confusas. Deixa-me viver,deixa-me sonhar, deixa-me discordar, porque o tempo é o dispositivo desesperado de mentes confusas, sem tempo para parar o tempo, que não existe.
Cada um vê o tempo como lhe convém: corrente de acontecimentos de acordo com a memória de cada um.O tempo é um dispositivo desesperado de mentes confusas para quem não tem tempo ou não quer ter tempo.
Sem tempo para nada , nem para a família, mas com tempo para doenças e neuroses.
Não acredito no tempo e não preciso de ou do tempo.Acho que não existe.Necessário apenas como instrumento de dominação.
O tempo é uma ilusão e como tal doloroso para quem se deixa dominar ou é dominado.
Os SH deixam-se levar pelo pensamento, pelas crenças, e por algumas opiniões mais ou menos partilhadas, ditadas pelas elites e os SH pagam um preço muito elevado por acreditarem, que tudo é real e tudo é para seu bem.
O conhecimento  é a personagem principal do drama da história da cada SH, porque não é capaz de descrer e acreditando penas e só na vida, única realidade fundamental.
Uma espécie de carnaval mascarado, onde toda a gente vende e toda agente compra, mentindo a si mesmos como possuindo algo mais do que a vida, quando sabem que andam num inferno de onde não desejam sair.
O SH está viciado em sofrimento e não conseguem deixar de mentir a si mesmos.
Normalmente uma vida de medos agarrados a objectos sagrados, que derramam veneno e o SH não consegue perdoar-se a si mesmo não desafiando todo o sistema  impingido de crenças.
Os sacramentos são instrumentos de tortura psicológica para a consciência do SH e moem, que levam muitos SH a rejeitarem-se a si próprios, " morrendo " gradualmente em cada rendição, num processo de transformação de uma vida inteira de uma existência , que acabou por não entender.
Muitas vezes uma guerra espiritual à beira do abismo psíquico onde muitas vezes se cai.
A guerra de ideias é uma luta ganha por uma minoria e perdida para a maioria.
Nada é realmente bom, mau, certo ou errado. Não há bem aventurados.. O importante é apenas saber ser e viver.
Cada SH não tem opinião sobre si mesmo, mas à sua volta toda a gente a tem, normalmente, péssima.
O SH não se olha a si mesmo e muito dificilmente para o seu interior.Basta-lhe ser um adulto funcional e domesticado , tanto quanto os pais  o treinaram.
Os SH não se amam a si mesmos.
Só um sonho que se pode mudar , que é o nosso com mais ou menos mitologias e dogmas.
A vida do SH pode ser um caos, pois todos argumentam, incomodam, gritam tentando impor verdades sem atender à verdade do SH, seu semelhante. Uma viagem de mal entendidos e distorções, vendo tudo e não acreditando em nada.
Ao SH maltratado, confuso já não lhe restam lágrimas, já não lhe resta uma agonia.
Abandonado e sempre só e sem esperança alguma, já nem ao eu se agarra.
A Humanidade, dos SH, de tantas certezas, acredita cegamente no que lhe vendem os charlatães.
O SH deixa de sentir vontade e necessidade de ser eu, cultivando apenas crenças, politicas e religiosas, graças às sementes das opiniões não depuradas.
O SH não se liberta, quer ficar preso, porque não desenvolve o gosto pela verdade e que poderia mudar a sua verdade.
O sexo é a mior qualidade do SH mas rapidamente é ofuscada  com histórias de culpa e de ressentimento e com o jogo mesquinho dos interesses, que capam a liberdade e aprendem rapidamente a amar condicionalmente .
Amam se amor e sexo sem condições e sem julgamentos não existe.
A conclusão lógica é de que foi uma opção errada.
É lamentável que o poder do SH inclua a capacidade de criar o caos em si mesmo e é vulnerável ao mito de que os outros possuem um poder maior de que o meu.
MAR 2020
JC


















































































1 comentário:

  1. Uma boa conjugação de prosa e poesia. Mais poesia do que prosa. Muito bom.

    ResponderEliminar