sexta-feira, 28 de julho de 2017

POETA NÃO SOU 130

Chora a árvore, 
Choro eu,
Saudoso
Da tua ausência.
Pela madrugada,
Com o sol a nascer
Por mais um novo dia,
Sem esperança
De te ver.
Bate o sol,
Que tudo aquece.
Derrete a neve,
Em gelo transformada 
Durante a noite gelada.
Não me aquece o coração,
Dorido de paixão
Por não te ter 
Aqui à mão.
Para te poder falar
E apreciar
Tua beleza, teu encanto.
Manto, que a solidão tece, 
Qual mortalha de defunto,
Que me envolve.
E me gela e arrefece.
Ai dor d'alma, 
A minha,
Que só a tua beleza,
A tua presença, 
Aquece.
Nov 98 
JC

POETA NÃO SOU 129

APEADEIRO

Esperar.
Apeadeiro do tempo,
À espera,
Que passe, 
Ele, o tempo.
Sem esperança, 
Sem sentido,
O meu tempo 
Perdido,
Em amores
Desencontrados, 
Idos, perdidos,
Falhados.
Nessa ilusão, de 
Fé cega, feita
Maleita, 
Que nos tolhe 
O pensamento
E o sentimento.
Virus ancestral,
Que nos cega
E faz acreditar,
Que tudo é doce.
Que tudo só tem um lado.
O da ilusão
O da miragem.
Que passada a febre
E o delirio
Nos sabe a fel.
Sabor que nunca provei,
Mas de que tenho o gosto
De tamanho desgosto.
Nov 98 JC
POETA NÃO 128

ENCONTRO

Atrai-me 
A curiosidade
Do encontro.
De te encontrar,
E frente a frente,
Poder disfrutar,
O encanto do teu olhar.
A tua beleza d'alma,
A possivel comunhão
Do encantamento,
Que nos agita
O coração.
Tenho pavor,
Medo e horror,
A que apos
Tal momento enebriante
De fulgor
A inevitavel separação
Traga grande dôr,
Ao meu pobre coração.
Quero o encontro.
Não quero a separação.
Nov 98
JC





POETA NÃO SOU 127

AZUL

Céu, mar
E o teu olhar.
Três cores ,
Que se confundem
E se movem 
Em tons de azul, 
Que quando os olho
E aprecio
Me deleito e arrepio
Com tamanha beleza.
No ceu,
Procurando a liberdade,
Na profundidade 
Do infinito.
No mar,
Essa imensidão, 
Que com a sua solidão,
Se confunde com a minha
E me aperta o coração.
No teu olhar
De azul brilhante,
Terno e cativante
Repouso e acalmo.
Quebro a minha solidão,
Sedimento a minha liberdade,
Na ilusão
De ter encontrado
A perdida felicidade.
Nov 98
JC


POETA NÃO SOU 126

SUSURRO

Bem;
Não me ouviram.
Toquei bateria.
Não me ouviram.
Fiz apitar o comboio,
Não me ouviram.
Sussurrei-te 
Ao ouvido:
Amo-te.
Abriste os braços.
Neles me acolheste.
Para me dizer
Meu Amor.
Out 98
JC
POETA NÃO SOU 125

NASCENTE

O Amor nasceu,
Qual nascente
De àgua pura.
Atribulado,
Sobressaltado,
Desce a montanha,
Ansioso,
Procurando,
O encontro
Com a sua amada.
Na planicie
Mais calmo e sereno,
Do tempo passado,
Descansa
Desencantado.
E para o mar segue
Para nos seus braços
Se lançar,
E Aí, finalmente,
Enterrar 
As feridas 
Do Amor 
Desencontrado
Out98
JC


sábado, 22 de julho de 2017

FALACIAS E MAIS  FALACIAS

Não há nenhuma filosofia sobre o Ser Humano ( SH ) porque só o SH pode ser o seu criador.
Falar sobre " o Eu " é muito mais dificil do que discursar sobre o outro - abstractamente ou objectivamente falando.
Para o fazer necessitava de conseguir que a explicação da sua existência como essencia fossem moldadas como uma necessidade de ajuda de uma qualquer fé ou de uma supra existencial razão.
O SH não necessita de estes subterfugios intelectuais para se explicar. Mas poucas vezes ou nenhumas o fez.
Daí se poder concluir, que o SH não necessita de um qualquer filosofo, mas talvez necessitasse de se conhecer melhor, como o centro do universo, donde toda a evolução teorica, abstracta, objectiva parte com o timbre de uma originalidade irrepetivel de que cada SH é dotado.
O SH tem todos os condimentos para resolver todos os problemas e dificuldades, que se lhe deparem, não necessitando, por isso, de nenhuma entidade, que lhe seja superior, para resolver um qualquer problema por mais insignificante ou complexo que seja esse problema.
Considerem, os que não consideram o SH como o centro do universo, que são necessarios " deuses " ou " deus " para o sacudirem da poeira negativista, que não reconhece ao SH a sua superior e brilhante existencia.
Seja atraves de uma qualquer metafisica, que procura justificar o injustificavel, assim como que atirando um punhado de areia fina aos olhos para que os SH não vejam e não pensem.
Estas teorias são padrastas para o SH e só procuram evitar, que cada vez mais humanos abram os olhos e vejam o visivel e nunca o  impossivel invisivel.
Que veja o visivel da sua existencia e essencia, disemelhante de qualquer outro ser.
Seja atraves da explicação ou tentativa pelo menos cientifica de um qualquer dos " ismos " com que os SH são bombardeados todos os dias, com cambiantes ao sabor dos ventos que as elites sopram para que haja a menor mistura possivel, ou seja, que as elites se mantenham no seu pedestral honorifico e de privilegio, isto é, que a grande maioria se mantenha excluida e não possa ter acesso ao pedestral do elitismo.
Pobre SH quem és tu ? Nada nem ninguem, Senhor.
Seja uma qualquer " democracia ", termo ultimamente bastante gasto, enganando muitos de que as soluções encontradas são as politicamente correctas e de que não vale a pena pensar, porque não existem outras soluções.
Será a democracia do come e cala e não te atrevas a pensar nem reivindicar porque levas com mais impostos, cientificamente justificados. Trabalha escravo e pouco barulho.
Não vale a pena encontrar soluções para as desigualdades salariais, fome, para a pobreza da grande maioria, para os sem abrigo, para a guerra, porque a democracia é o maximo de perfeição, não necessitando por isso de qualquer aperfeiçoamento.
Mesmo que não se queira olhar para a realidade social que nos envolve, realidade essa, a que as politicas ditas democraticas fecham os olhos.
Seja atraves de uma quaqluer teologia em que se procura que alguns menos cautos conheçam o incognoscivel, isto é, que a sua razão não alcança sem a ajuda de um qualquer milagre, impossivel, esperando uma vida, que esse milagre impossivel aconteça, condicionado pelos medos , que nos são incutidos desde criança para que a vida seja uma constante tortura psicologica.
O SH como centro do universo e pai de todas as causas não se conhece, pela sua inercia e pelo trabalho meticuloso das elites politico-financeiras.
O SH não se interioriza nem discursa no singular - EU.
É objecto de observação e de tentativas de explicação do seu ser. Muitos estudos e muitas perguntas mas poucas perguntas concretas de quem é o SH, ou melhor, uma pergunta mais concreta de quem sou EU e o que faço aqui.
Porque contra o que muitos afirmam o SH não faz parte do " mundo " porque o mundo simplesmente não existe. O SH esta muito para alem e acima desse hipotetico mundo.
Às vezes parece que o SH EU, não tem consciência da sua importância e da sua existencia como centro do universo e de toda a evolução do pensamento e de todas as teorias e suas praticas.
Porque o SH não pode ficar submetido a uma qualquer lei de explicação do " mundo " que lhe é exterior e que procuram que o submeta e o aceite sem qualquer dialectica.
O SH tem apenas uma limitação, que é dirigir os seus actos de acordo com o que conhece ou que lhe foi dado conhecer.
Porque muito desse conhecimento é-lhe cerceado, para a maioria, para que continue dominado- a grande massa dos SH.
Porque o SH rapidamente discorre para alem do conhecimento dado e adquirido não sendo parecido com qualquer outro tipo de vontade, porque constantemente é confrontado com diversas opções possiveis, constituindo uma força vital e original de autodeterminação.
Sem conhecimento o SH não atinge um estado superior de audeterminação e invenção continuando dominado pelas elites, que necessitam dos SH dominados e não inventivos nem criadores.
O SH sendo um ser pensante nem sempre pensa para melhor se autodeterminar.
O SH tem uma unica debilidade congenita, que é o temor pelo desconhecido. Os acontecimentos naturais que o rodeiam e ate que para eles consiga uma explicação são aterradores e quase tudo justificando.
Destruido o comunitarismo da tribo em que tudo era de todos e nada era de nenhum dos seus membros  e com a criação da propriedade privada, vulgo capitalismo, o SH passou a ser presa facil das elites politico-economicas supostamente dominantes.
Uma das elites que mais rapidamente se apropriaram da debilidade e dos medos do SH foram as elites religiosas, oferecendo o paraiso e uma vida eterna, sem finitude.
Criando uma panoplia de santos e arcanjos, deuses e demonios como forma de sobrevivencia Á custa dos medos do SH , que não se consegue libertar dos seus receios da " morte " e de todos os medos espirituais, que lhe incutem desde criança, pois que para a religião catolica e romana, qualquer criança nasce com o pecado original.
Convencem de que os deuses existem ao ponto de tomarem conta dos comportamentos do SH limitando a sua capacidade de pensar e agir- ficam como que paralisados sendo prisioneiros do espiritismo metafisico de quase todas as religiões.
É certo que as civilizações mais antigas - Egipto, grecia, criaram uma infinidade de divindades sem que no entanto criacem  um universo espiritual fora e para alem do SH.
As elites religiosas souberam criar  " deus " como a maior das providencias para o SH.
JUL 2017
JC