terça-feira, 19 de dezembro de 2017

POETA NÃO SOU 160

TORRÃO

Parece
Torrão de chocolate,
Que apetece
Meter na boca, 
Saboreando,
Sua doçura,
Sem trincar.
Deixando derreter,
Lentamente,
Absorver seu gosto
Doce, doce,
Que me faz esquecer
Amargos de fel.
Pareces 
Torrão de chocolate ,
Que apetece
Trincar,
Para mais rapidamente
Tua doçura beber.
E esse torrão 
Poder transformar
Numa bela mulher,
Que se quer
E deseja Amar.
Instantes de felicidade,
Que bailam 
Na minha imaginação
E que lamento 
Não poder ser
Realidade.
Que lamento 
Apenas serem
Ficção, imaginação, 
Que não
Uma realidade
Existente 
No meu coração.
DEZ 99
JC


POETA NÃO SOU 159

PRINCESA

Princesa encantada
Nas teias movediças,
Que o Amor tece.
Mas nem sempre fornece
O calor, a força,
Que nos liberta.
E o Amor fenece, 
Lentamente,
Num desespero constante,
Gritante,
Que nos atrofia
E nos rouba a alegria.
Fora eu
O teu príncepe encantado,
Para te libertar,
Para te devolver
A tua alegria,
A tua força de Amar.
De alegria morreria, 
Se eternamente,
Nos pudesse-mos Amar.
DEZ 99
JC

POETA NÃO SOU 158

ILUSÃO

Fim de ano;
Mais um ano a acabar,
Sem nada terminar.
Fim de ano
Em que tudo vai continuar.
Já não quero caminhar.
Novo ano.
Mais um filme de horror.
Os mesmos males
Vão lá estar:
A guerra, a fome,
Os desastres; O desamor.
Não quero ser figurante 
Nem sequer actor
De mais um ano.
Mais um filme de terror.
DEZ2010
JC

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

FALACIAS POLITICAS 


A revolução francesa é o romper das cadeias do poder monárquico absoluto e uma revolta contra as classes dominantes, que infelizmente não acabaram.
E esta revolução foi o rastilho para muitas outras revoluções, ou melhor, para muitos movimentos de libertação do jugo colonial.
Supostamente, as ideias revolucionarias pretendiam transformações politicas e sociais . Infelizmente, não foi assim e o absolutismo e os privilegios monarquicos continuam, agora com uma elite de politicos profissionais e tudo continua nalguns casos ainda pior , embora com o epiteto de " democracia ".
Com a revolução francesa, prototipo de revoluções, apareceu o que consideram um fenomeno da arte da guerra , que foi Bonaparte.
Sendo um grande militar com uma grande capacidade de trabalho, grande no sentimento e na paixão e ainda mais na ambição.
Ainda bem que foi um grande ambicioso, que o levou a perder quase tudo pois que " nenhum homem pode vencer todos os homens"
A ambição militar de Napoleão permitiu acontecimentos extraordinarios e para o que mais interessa em Portugal, onde acabaria por ser derrotado.
Num dia de de Novembro a familia real portuguesa partiu para o Brasil, depois de ter sido ameaçada de morte pelo imperador francês Napoleão, que ameaçou exterminar os membros da casa de Bragança a que pertencia a familia real.
Com esta fuga para o Brasil do rei e do seu sequito podemos dizer, que é o primeiro episódio da independencia do Brasil, que culminou com o grito do Ipiranga pelo regente D. Pedro.
Aquilo que foi considerado uma das maiores subversões dos valores politicos, sociais  e ate morais da história do Ser Humano, a revolução francesa foi apenas fogo de vista e mudança de uma elite monarquica por outra elite republicana, que o imperialismo de Napoleão rapidamente adulterou e esmagou.
Dizem que Napoleão foi um génio da arte militar e com uma ambição desmedida que acabou por o perder
O vulcão da revolução submerge o sec 18 e o furacão napoleonico varre toda a europa deixando-a em cacos, derrubando as monarquias e os tronos.
Portugal não podia escapar a esta tempestade politica e social e às imprevisiveis derrocadas politicas.
Portugal era um país pequeno e empobrecido com uma sociedade descrente e apática.
Uma monarquia cansada, indolente antevendo-se para alguns o desabar definitivo do sonho do quinto imperio.
O rei bondoso, paciente e resignado foi responsavel pelos males acrescidos pelas invasões francesas e a necessidade das decisões tomadas para salvar a soberania nacional e a coroa real- D. João VI.
Não é pacifica a decisão de tranferir a corte para o Brasil perdendo a mais importante colonia portuguesa e dando lugar à independencia de um dos mais ricos paises do planeta.
A partida da corte para o brasil foi o primeiro momento da inde pendencia deste país, com a particularidade da criação de uma nação monarquica no seio das revoluções republicanas da america do sul.
Uma oportunidade e antecipação do que viria a acontecer em todos os dominios coloniais proporcionado pela revolução francesa.
No entanto no Brasil já havia o partido da independencia e que lutava pela instauração da republica no Brasil, partido da independencia que diplomaticamente trabalhou para expulsar D. João VI e ficar com D. Pedro, que acabou por declarar unilateralmente a independencia do Brasil.
Fugindo para o Brasil D. João VI desertou do trono de Portugal para fundar outro no Brasil, passando Portugal a ser uma colonia e o Brasil a metropole.
Depois de Alcacer Quibir a revolução francesa foi o acontecimento que mais dificuldades criou à independencia e soberania do reino.
Parece que a gloria de um reinado depende mais da fortuna do que do merito das personalidades politicas , porque a pessoa certa não é muitas vezes a que intervem e é preterida pelo que não tem merito para o fazer.
Portugal tinha um vasto imperio ?! colonial cobiçado pelas grandes potências.
O reinado de D. joão VI viu-se envolvido nos mais graves problemas tendo de tomar grandes decisões, quer no âmbito nacional, quer internacional.
As intrigas palacianas são uma maleita habitual em qualquer corte de todos os reis bem como em todos os bastidores da politica, necessitando de um temperamento pacifico e confiante para contornar as dificuldades palacianas ou não.
A europa com a revolução francesa como locomotiva tambem estava mergulhada numa grande subversão de valores morais, de ética politica e das instituições.
Já naquela altura se fazia prevalecer o apodo politico dos interesses nacionais.
Portugal viveu entre dois fogos : a voracidade napoleonica e a sofreguidão britanica, não esquecendo a vizinha Espanha sempre pronta a apanhar Portugal desprevenido.
Portugal diplomaticamente navegava em àguas turvas e turbulentas, entre uma ambiguidade politica de franca hostilidade para com a frança revolucionaria e parcialmente a favor da Inglaterra e duplice relativamente à vizinha espanha clerical e francofila.
A revolução francesa e as guerras napoleonicas vão ser o campo onde se desenvolvem as grandes batalhas diplomaticas de 1790 em diante.
Em 1793 Portugal aderiu a uma coligação contra a França que acabou por abandonar e a frança continuou a considerar portugal beligerante pela participação na guerra e os ingleses tambem por termos abandonado a coligação tendo o comercio maritimo portugues sofrido grandes danos atacados pela frança.
Em 1798 frança e espanha aliam-se para combater contra inglaterra e portugal procurava negociar a paz com o governo de paris e conseguiu um tratado de paz que não foi ratificado, o que só veio a acontecer depois de conseguir o acordo ingles. E o directorio frances não o aceitou.
Em 1801 a frança e a espanha declaram guerra a portugal, porque não abandonou a aliança com a inglaterra, que os europeus continentais queriam isolar.
Uma das primeiras medidas desta declaração de guerra foi o encerramento dos portos portugueses à navegação britanica.
O alto alentejo é invadido e sem combate são entregues Valença de alcantara e Olivença e apesar do acordo de paz Olivença ficava na posse dos espanha ate hoje.
Entre os politicos responsaveis havia dois partidos: os que eram a favro da frança e os que eram a favor dos ingleses e havia os neutros, que normalmente por cobardia não tomavam partido nem por uns nem por outros.
Se se procurava uma negociação por um dos partidos o outro procurava boicotear ou sabotar com toda a desfaçatez os planos da negociação numa altura em que a ingerencia de bonaparte nos negocios da peninsula, leia-se portugal, porque a frança era aliada da espanha e havia ameaça de invasão por tropas franco-espanholas.
Portugal estava ameaçado de conquista pela coligação franco-espanhola e colocado entre dois fogos com os ingleses à perna espreitando a oportunidade de se instalar em todos os cantos do globo e que apesar da aliança com portugal mostrava egoismo a cada passo.
Portugal tentou conciliar a politica portuguesa com ambas as partes beligerantes por uma politica de neutralidade.
A 29 de Novembro de 1807 a corte portuguesa parte para o brasil com um sequito de cerca de treze mil pessoas.
Os exercitos invasores francês e espanhol chegaram sendo a ida para o brasil uma hipotese de alternativa de estado e um mal menor entre o rei deixar-se aprisionar e guilhotinar ou tentar reconstruir um grande imperio a partir do Brasil, embora o sonho de um grande imperio ( imperio de quê??!! ) foi sempre a mais ambiciosa utopia dos paises pequenos.
A utopia de um quinto imperio depois do Egipto, assirio, caldaico e do fenicio sucedesse ao Romano sempre existiu na alma lusitana embora a crise nacional ameaçasse soçobrar a grande epopeia lusiada.
Os politicos já punham o brasil colonia acima da propria metropole.
As ultimas ameaças de napoleão datam de 14/08/1807 o que levou a uma luta interna entre defensores de franceses e de ingleses , entre os que achavam que a familia real devia ficar ou seguir para o Brasil, não colocando os interesses nacionais e o bem estar da população em plano superior ao das conveniencias estranhas. 
Com a corte no Brasil e a derrota francesa na invasão de portugal , ganhou a inglaterra , que em 1810 assinou um tratado de comercio , entregando a totalidade do comercio portugues na totalidade do territorio portugues à navegação britanica.
O outro ganhador foi o brasil no ter-se tornado um grande país de lingua portuguesa.
A capital do reino transferida para o Rio de Janeiro trouxe ao brasil uma coesão nacional, uma capital incontestada e um governo proprio, que em 1815 é elevado a reino unido de Portugal, Brasil e algarves e a agitação dos movimentos separatistas e das colonias espanholas da america do sul já eram uma preocupação e em Março de 1817 surge uma rebelião em pernambuco.
D. João VI voltou à europa em 26/04/1821 deixando seu filho Pedro como principe regente a quem recomendou, que se o brasil se separasse antes fosse para ele do que para qualquer dos politicos aventureiros que lutavam pela independencia e um desses aventureiros era tão só Simão Bolivar, o libertador.
Numa declaração de 7/09/1822 o principe tornou-se D. Pedro I imperador constitucional brasileiro, depois de em Janeiro do mesmo ano lhe ter sido apresentado um abaixo assinado, que pedia a sua permanência no Brasil com a possibilidade de reinar sobre o imperio na america ao que respondeu - fico- Diga ao povo que fico.
Do achamento do Brasil à independencia passando pelo carnaval dizem alguns cronistas , que o achador do brasil levava na sua frota um conjunto de musica folclorica composto por tambores e gaita de foles.
Quando a frota arribou os primeiros a desembarcar foram estes gaiteiros e que os atonitos e curiosos residentes os receberam de braços abertos - pode ter começado aí o famosos carnaval.
DEZ 2017
JC





sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

POETA NÃO SOU 157

TÃO LONGE E TÃO PERTO

Olhos ternos,
Olhar meigo.
São eternos
Os momentos 
Em que os recordo
E revejo.
Fecho os olhos
E neles repouso,
Cansado 
Da sua ausência.
Torturado
Pela saudade.
Fecho os olhos
E num lamento,
Alimento
A esperança,
De mais cedo
Que tarde,
Me poder deleitar
Com a sua ternura.
De me poder encantar
Com a sua meiguice .
Tão longe os recordo 
Mas ...
Tão perto os sinto.
MAR 99
JC

POETA NÃO SOU 156

NÃO ESTOU

Ouço o som
Da tua voz,
Mas eu não estou.
Ouço o som 
Da tua voz,
Mas eu não vou.
Ouço o som
Da tua voz,
Em ondas sonoras
De ultrasom,
Que só um sentimento
Bom,
Pode acolher.
Segredo nosso,
Que ninguem 
Pode entender.
Lamento.
Não posso responder.
Não estou, não vou.
Resta-me
A delicia do teu olhar, 
A malandrice 
E cumplicidade 
De nele mergulhar.
Aí vou, Aí estou,
Aí gostava de ficar.
JUL 99
JC

POETA NÃO SOU 155

BALANÇA

Balança 
Posta em sossego
E em equilibrio,
Ao longo da vida 
Fustigada
Por ventos e marés,
Desabridos,
Que soubeste pesar, 
Devolvendo
O equilibrio.
Balança,
Te peço mais uma vez:
Pesa 
Minha magoa
Minha dôr.
Sentimentos ,
Que me desequilibram,
Com os pesos 
Da minha angustia
E da minha desilusão.
Deita-os ao vento,
Para que os leve 
Num só momento.
Para que possa voltar 
A ter o meu equilibrio.
Magoa, por não poder,
Dor, que me faz sofrer,
Por voltar a viver,
Sentimentos ,
Que julgava
Acabados,
Que julgava 
Adormecidos
E encarcerados
E que me voltam 
A atormentar.
Devolve-me o equilibrio
Minha balança,
Porque,
Nada mereço receber.
Nada mais tenho para dar.
AGO 99
JC


sexta-feira, 24 de novembro de 2017

UMA FALACIA RELIGIOSA

O latim " paganus " significa camponês, rustico, de onde deriva paganismo, termo normalmente usado para se referir as tradições religiosas politeistas da europa e do norte de africa antes da cristianização.
Antes da cristianização a europa era politeista como quase todos os povos . Com a cristianização esses povos passaram a ser pagãos em oposição ao monoteismo ocidental adoptado com conotações bastante pejorativas de critica à fé tradicional e ancestral de sempre.
Os deuses politeistas  cada um tinha uma identidade propria e eram considerados entidades individuais, com uma personalidade propria e vontade proprias e governando sobre as mais diversas actividades da vida.
Os deuses politeistas eram vistos como muito semelhantes aos humanos.
A história dos Seres Humanos ( SH ) diz-nos que os gregos e os romanos foram os que mais cultivaram a crença nos deuses. 
Havia um grande numero de divindades a que os romanos prestavam culto e a que aliavam os cultos autoctenes dos territórios conquistados.
A politica de conquista romana consistia na assimilação de divindades e culto dos povos conquistados e não a sua erradicação.
Roma promovia a estabilidade entre os diversos povos atraves do apoio às diferentes heranças religiosas, inclusive, construindo templos locais, que passavam a fazer parte da hierarquia da religião romana.
Havia as religiões do misterio, que ofereciam a salvação, não sei de quê, apos a morte e que os romanos viam com desconfiança e como elementos de magia, conspiração e actividade subversiva.
O monoteismo judaico criou dificuldades à politica de tolerância religiosa do imperio romano, havendo varias revoltas entre judeus e romanos.
O cristianismo surgiu na provincia da judeia no sec I da nova era como seita religiosa judaica.
Politicamente correcto o cristianismo tornou-se a religião oficial do imperio romano excluindo todas as outras.
Sectarismo cristão contra a universalidade e humanidade dos deuses e politicas antigas.
A partir do Sec II da nova era os padres da igreja de roma começaram a condenar as restantes praticas religiosas consideradas todas pagãs.
Todos os seguidores de outros cultos eram considerados hereges e os não cristãos estavam sujeitos a ser perseguidos como nunca antes visto.
Uma primeira desavença surgiu entre gentios, não judeus, e seguidores de jesus. Nesta altura ainda se não falava da biblia mas da tora como livro sagrado.
E a questão era saber se os gentios, outros povos não judeus, deveriam ser submetidos às leis de moises, pois defendiam, que jesus de nazare não veio para abolir a tora.
Entre os judeus, mais radicais, muitos nem sequer acreditaram no jesus messias.
Defendiam alguns que a tora não poderia ser imposta aos gentios, porque a " salvação " ?! se daria por intermedio da fé, logo, já não  era preciso cumprir os mandamentos da tora.
A comunidade cristã foi crescendo e inciou o processo de rompimento das suas ligações com o judaismo. No entanto os gentios mantinham algumas das suas praticas ditas pagãs ou melhor, da sua antiga religiosidade, que as tinham.
Começa aqui o sectarismo religioso, que nunca mais parou.
A invasão dessas praticas pagãs, aliada ao prestigio dado à seita dos cristãos pelo imperio romano culminou no desenvolvimento e no surgimento dos principios que originaram o chamado cristianismo, sobretudo quando passou a ser politicamente correcto e reconhecido como religião oficial do imperio romano.
O primeiro concilio de Niceia ( 325 ) da nova era separou definitivamente o agora cristianismo, religião oficial, do judaismo, estabelecendo doutrinas contrarias ao antigo testamento.
Os padres da igreja de roma, como eram designados, nasceu desde o seu inicio com oposição em quase toda a europa ocidental e com essa oposição uma das mais sangrentas desgraças Humanas provocadas pelo sectarismo religioso.
Sectarismo religioso implantado em roma, herdeiro da roma imperial, mas sem sentido humanitario, mas sedento de poder e riquezas e em que os seus lideres ( papas ) se deixavam corronper.
A destruição de Jerusalem em 70 da era nova marcou um antes e um depois da historia religiosa do ocidente europeu e colonial.
As atrocidades cometidas em nome da fé de roma aos que nela não tinham nascido, nem a conheciam, mas que possuiam a sua fe ancestral são incomensuraveis, quer no oriente, quer nas colonias americanas.
Uma das primeiras medidas tomadas pela igreja de roma foi a selecção dos evangelhos mais convenientes e a eliminação de outros evangelhos conhecidos como apocrifos.
Não interessa à igreja de roma o presente nem a plenitude da  satisfação para o SH. Interessam os acontecimentos que hão-de vir, numa visão apocalitica e de terror espiritual, se o pobre do SH não é capaz de dizer amen às doutrinas com as quais não concorda.
Porque o SH pode ser menos letrado mas não é estupido.
Foi criada a ideia espirita de que existe um conflito latente entre o bem e o mal em que as vitimas são a maioria dos SH que não se conseguem libertar desse temor espirita.
A alma é uma ficção do " mundo "virtual da fé e o discurso da fé é um discurso de tortura e sofrimento espiritual, inclusive sendo condenados em vida a sofrer uma segunda morte e explorando ate ao tutano do SH a fraqueza espiritual do SH.
A igreja de roma espera pela fé o dia da destruição final, sem que antes os seus lideres e membros se aproveitem das delicias mundanas em que absolvem e livram do " pecado " por subornos, os seus sacerdotes ensinam por interesse e os seus profetas adivinham por dinheiro.
Para o imperio romano pagão a religião era universal e humanista servindo a todos e aceitando-as todas.
A igreja dos padres de roma é sectaria, elitista e desumanizada.
O primeiro atingido é o SH : " da arvore do conhecimento " não podes comer. O SH tem de ser estupido toda a vida.
Sem familia : os membros da igreja de roma não podem legalmente constituir familia. Um dos primeiros crimes mais horrendo foi entre irmãos.
A virgem maria não teve marido sexualmente capaz.
O paraiso deixou de estar na terra. Passou a estar no acessivel céu.
Os SH deixaram de ser mortais para passarem a ter vida eterna, embora sujeitos a julgamento.
Os SH passaram a nascer com a chaga do pecado original, num ataque frontal espirita à familia.
Mas como " o deus " ama o SH como a nada, permitiu a criação e existencia de " satanás ", expulso para a terra para atormentar os pobres dos SH.
O fim da vida não é referido como um acontecimento tão natural como o nascimento, mas como a " morte " e como não bastasse com a possibilidade de poder ir parar ao " inferno " e aí ficar pelos seculos dos seculos, numa tortura psicologica divina, do nascimento, pecado original, ao fim da vida, direitinho ao inferno.
É uma historia de dominação atraves da mais potente das armas que possui a religião espirita: a tortura psicologica.
Publicado num  periodico no dia 28/11/2017 : " A igreja catolica ( romana, acrescento ) prossegue a sua verve discriminatoria e excludente em pleno sec XXI ".
Uma ultima acerpção da mente demente criadora do espiritismo da falacia religiosa : " a culpada foi a cobra ".
24/DEZ/2017
JC




domingo, 12 de novembro de 2017

POETA NÃO SOU 154

ASTROS

Passou
Na minha vida,
Com a influência
de um cometa, 
De um eclipse,
Ou de um vulcão.
E eu,
Que não sou supersticioso,
Acreditei,
Na sua influência,
Conjugada com os astros
E acontecimentos naturais.
Influência
Tal,
Indelével
E impercéptivel
Ao comum dos mortais.
Gravada demais.
Tão natural
Como a sua força,
Que parece,
Poder agarrar
O mundo
Em erupção,
Em convulsão,
E tudo transformar,
E apaziguar.
Para com o seu 
Carinho, amor
E muita ternura,
Às carradas,
Inundar as veredas 
Mais desoladas, 
Os locais mais frios 
E desamparados.
Transformar 
Em oásis 
Muitos oásis.
Todo o mundo
De oásis. 
De paz,
Tranquilidade 
E muito, muito Amor.
Com ou sem superstição,
Com muita, muita realidade.
AGO 99
JC






POETA NÃO SOU 153

NÃO ESTOU

Ouço o som
Da tua voz, 
Mas eu não estou...
Ouço o som 
Da tua voz,
Mas eu não vou...
Ouço o som
Da tua voz, 
Em ondas sonoras
De ultrasom,
Que só um sentimento
Bom 
Pode acolher.
Segredo nosso, 
Que ninguém 
Pode entender.
Lamento.
Não posso responder.
Não estou, não vou.
Resta-me 
A delícia do teu olhar.
A malandrice
E cumplicidade
De nele mergulhar.
Aí vou, aí estou,
Aí gostava de ficar.
JUL 99 
JC

POETA NÃO SOU 152

EXISTÊNCIA

Existência
Sem consistência.
Terra mole,
Lamacenta.
Placenta.
Alimento,
Que me falta.
Embrião,
Que não nasce.
Solidão.
Planeta
Incandescente,
Descendente
De cão.
Ascendente.
A mão 
No teu peito.
Me deleito.
Canibal
Sedento
De morder
Teu coração.
Ou não.
Não aguento.
Sofrimento.
Plasma
Fedurento.
Tal qual.
Sem lamento
Da existência,
Sonolência
Adormecida,
Duma tarde
Esquecida.
Esquecido
Por quem mente.
Sente. 
Leite,
Que não alimenta.
É assim o mundo,
Descendente de cão.
Se eu te tivesse,
Aqui à mão,
Amava-te.
Sem solução.
MAR 99
JC

POETA NÃO SOU 151

TEMPO

Passa lento
O tempo.
E um segundo
É um tempão.
Voa 
O tempo, 
E um segundo
É fugaz momento.
Aparente
Contradição.
Tempo 
De solidão,
Ou de emoção.
De solidão
Por estares longe,
Segundos lentos
de lassidão.
Não queria estar
E viver este tempo
De separação.
De emoção
De contigo estar.
Esse tempo, sem tempo,
Em que sinto 
Um aperto no coração,
Por te ter 
E te viver.
Momentos velozes
E fugazes.
Em que do tempo
Não tenho a noção.
Passa o tempo.

Se não estás
Com solidão,
Se estás
Com emoção.
MAR 99
JC

terça-feira, 24 de outubro de 2017

A FALACIA DO FIM DA ESCRAVATURA

Vamos ter um apocalipse, não de destruição da terra, mas de transformação e destruição do SER HUMANO ( SH).
A historia, dizem, que se repete e vamos ter mais do mesmo.
Vamos voltar a ter escravatura, mas desta vez uma escravatura mais sofisticada em que o SH já não tem consciencia da sua liberdade e da sua autonomia, mas foi transformado num automato.
Dizem que as maquinas vão dominar a vida. Pois aí têm as maquinas humanas transformadas em robots ou seja, os SH.
Tivemos a escravatura das descobertas imperialistas da europa ocidental; mas aí o escravo continuava a ser senhor da sua autonomia e da sua vontade. E continuava a sonhar com a liberdade e com a sua libertação. Teoricamente acabou por conseguir esse desiderato.
Porque a escravatura continuou de forma talvez mais acentuada com o fim do feudalismo e da sua estrutura economica, para passar a viver do salario de miseria e a trabalhar doze horas por dia e ate mais, sem as condições de salubridade, que lhe forneciam o contacto diario com a madre terra.
Situação que ainda hoje se mantem nos paises ditos industrializados, apenas se tendo alterado as condições de higiene no trabalho e no horario laboral, não pelos lindos olhos do trabalhador escravo, mas porque os empresários capitalistas chegaram à conclusão de que podiam matar o escravo trabalhador se não tivesse um minimo de condições de higiene e saude.
A estes dois exemplos de exploração do SH pelo homem capitalista e da existencia de trabalhadores escravos houve uma situação ou uma tentativa de dominação e selecção do SH, que foi o ideal de pertença a uma raça pura, que o nazismo idealizou e que infelizmente, teve consequencias ainda mais desumanas, que só o heroismo do sacrificado povo russo conseguiu travar.
Estas questões ficaram como que adormecidas pelo imperialismo ocidental, mas que não ficaram esquecidas, e hoje, hoje, sim, digo bem, hoje, a ciencia economica continua afanosamente a trabalhar para alcançar o sonho da dominação de grande parte dos SH.
Não é em vão, que se diz e sonha com que a maquina deixara o SH aliviado da carga de trabalho. Só que não acrescentam, que essa maquina passa a ser o proprio trabalhador escravo e exSH geneticamente modificado.
Apenas e só automatos sem vontade, sem autonomia, sem poder de decisão e de reivindicação.
Apenas sabem trabalhar desalmadamente - trabalhadores e SH geneticamente modificados e completamente dominados e escravizados.
Os excedentes do trabalho-prefiro dizer o lucro do trabalho deixara de ter como objectivo melhorar a vida dos trabalhadores escravos, porque os trabalhadores escravos geneticamente modificados já  não terão vida.
Os trabalhadores automatos já não terão de escolher entre duas modalidades de empobrecimento; salario, protecção social e desemprego ou redução de salarios, emprego precario  e pequenos biscates.
Duas faces da mesma moeda do capitalismo selvagem e de massas escravizadas.
Na gestão do capital e da empresa os recursos humanos deixam de ter lugar com os trabalhadores escravizados e geneticamente modificados.
É claro que, já hoje, a maior parte das ocupações laborais não se podem considerar empregos, porque são trabalhos que não permitem ao SH trabalhador escravo, viver condignamente e garantir uma vida condigna e familiarmente decente.
Claro que os filhos seguem a mesma via e são já a esperança do capitalista de que os filhos ocupem o lugar de escravo dos pais e os filhos serão carne para canhão, na guerra e na fabrica.
Segundo as teorias da economia cientifica, que não descura a sua investigação e assume os resultados, o trabalho é uma forma de empobrecer, que se verifica pelos indicadores de pobreza humana, que a abundancia de bens materiais não exclui o agravamento da miseria.
É flagrante e abissal a desigualdade entre rendimentos do trabalho escravo e rendimentos do patrimonio, mesmo nos paises propulsores do capitalismo selvagem.
É claro que o dinheiro enlouquece e a sede de cada vez mais possuir é uma loucura criando uma sociedade a duas velocidades e com dois universos: a dos accionistas, ociosos, e os outros - os trabalhadores escravos; os especuladores e os assalariados de base e sem poder reivindicativo.
A distância dos ricos ou muito ricos em relação aos mais pobres é cada vez maior, mas a ciencia economica sabe que o bom andamento do capitalismo selvagem assenta na infelicidade do SH  trabalhador escravizado.
E a pior condenação para a maioria dos SH trabalhadores escravos é que a incapacidade de garantir a manutenção de um determinado nivel de vida, gera a transmissão hereditaria das desigualdades com aumento dos suicidios em SH cada vez mais novos e em todas as idades, sendo o suicidio considerado a expressão de um mal estar social , tirando-se a conclusão de que entre prosperidade economica e desenvolvimento do SH não existe nenhuma ligação.
Paralelamente a degradação do planeta prossegue em passo acelerado com esgotamento dos recursos, os residuos toxicos e a poluição geral, em que os lençois freaticos estão contaminados, assim como os solos e a propria atmosfera. Nada que a ciencia economica não saiba.
Caminhamos para uma sub-humanidade em que o valor de um SH trabalhador escravo é sempre sacrificado  no jogo do valor das produções-medindo o valor de um SH pelas suas produções o SH trabalhador escravo é o que vale menos e é sempre o sacrificado e desprezado.
A esfera cientifico/economica manipula tudo e ate o proprio SH, que de semelhante passa a desconhecido e é apenas uma peça mais ou menos necessaria, manipulavel, apenas aceite como peça descartavel do lucro.
Como o SH trabalhador escravo tudo é atingido pelas elites insaciaveis de lucro desregulando o clima e o equilibrio das especies.
Estão-se a investir milhões de quantidades de dinheiro na tentativa de ultrapassar uma ultima barreira de dominação do SH pelo SH ou melhor das elites capitalistas, logo, de uma minoria, pela eventual dominação de grandes massas de SH geneticamente modificados.
E essa barreira ainda intransponivel, qual "muro ", que não admite que se passe uma linha vermelha, como agora se diz, é o conhecimento e a decifração dos codigos geneticos do SH, que o individualizam e o tornam diferente e unico.
A reprodução do leão é sempre igual; a reprodução do SH é sempre diferente. Dizem alguns, que a aproximação homem/mulher antes do acasalamento já resulta dos codigos geneticos de cada um.
Ultrapassada a barreira do codigo genetico as performances fisicas e intelectuais de cada SH e a propria essencia da especie humana entram no campo do manipulavel e sob a lei do lucro maximo, que vai levar à desvalorização dos valores essenciais do SH.
O SH deixara de ter uma vida natural para ter uma vida artificial e robotizada  e passa a constituir mais nitidamente um elemento coisa da propriedade industrial e comerciavel.
Como já dizem alguns antecipando passamos a ter humanoides robotizados.
Toda a forma do SH geneticamente modificado pode ser patenteado e a reprodução natural deixa de existir, como a clonagem genetica de alguns animais de genoma mais simples e já descodificados nos mostrou e as sementes hibridas ou tambem geneticamente modificadas.
O SH trabalhador escravo tambem pode passar a ser um produto transgenico escravizado e dominado. Quantos ?? Depende das necessidades do capitalismo selvagem ou da loucura de uma elite supra e super humana.
Toda a genetica ficava, se já não esta, sujeita ou submetida à lei do capital. 
A capacidade maravilhosa de o SH se poder reproduzir vai pertencer e aparecer no balanço comercial do investidor.
Modificados geneticamente a maioria dos SH passam a escravos assumidos pelo capital, finalmente, sem vontade, sem reivindicar, sem lazer, sem greves, sem doenças, mansos e doceis, o grande sonho das elites, que sonham com um exercito de escravos geneticamente modificados e obedientes para o que faça falta.
Será que os SH poderão ser declarados , ainda, como patrimonio comum da humanidade???!!!
OUT 2017
JC










sexta-feira, 20 de outubro de 2017

POETA NÃO SOU 150

EFEMERAS

São efemeras
As flores.
Mas não deixam 

De ser belas
E de nos encantar
Com o seu colorido.
Com a qualidade 
De todos os anos
Ressurgirem
Em cada primavera.
Tambem a nossa vida
Nos parece
Muitas vezes
Efemera
E sem sentido.
Mas de repente
Surgem momentos,
Que nos fazem
Acreditar,
Num rejuvenescimento.
Como que uma nova 
Primavera,
Que tudo renova
Tudo relança,
E nos faz acreditar
Que vale a pena viver
Em cada amanhecer.
MAR 99
JC


POETA NÃO SOU 149

JARDIM DA MANGA

Borbulha a água
No repucho,
Ao ritmo 
Do meu coração.
Triste e silencioso,
Pesaroso da distância.
Esvoaça 
O pombo
Perseguindo a pomba,
Que arrulhando,
Com vénia,
Manifestando
Mostra, cortejando
Seu sentimento.
De amor profundo,
Mas ela 
Não ligando.
Passa o par 
De namorados
Namorando .
Passo lento
Deleitoso,
Empurrado pelo vento.
Beijo trocam
Discretamente.
Mão dadas ternamente.
Ele vaidoso,
Ela, cabelos 
Soltos, loiros, 
Ao vento.
Mostra o seu 
Encantamento.
Do encanto
Da paisagem 
Resta-me
O ritmo pobre 
Do meu coração.
Triste e silencioso
Por longe estar 
O seu Amor.
E do seu silêncio
Mui pesaroro
Andar.
FEV 99 
JC



POETA NÃO SOU 148

TERNURA

Olhar terno, 
Olhar meigo;
São eternos 
Os momentos
Em que  os recordo
E revejo.
E neles repouso, 
Cansado
Da sua ausência.
Torturado
Pela saudade,
Fecho os olhos
E num lamento,
Alimento
A esperança ,
De mais cedo, 
Que tarde,
Me poder deleitar
Com a sua ternura,
De me poder encantar
Com a sua meiguice.
Tão longe os recordo,
Mas, 
Tão perto os sinto.
MAR 99
JC


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O DOGMA DA ECONOMIA CIENTIFICA

Economia é uma ciência. Só agora soube que a minha avó  era uma grande economista, pois era ela que geria toda a economia domestica, em que o maior lema era de que nada se podia desperdiçar, sobretudo o que sobrava das refeições.
Se não era ou já não era aproveitado para mais uma refeição , era aproveitado para os animais domesticos produtivos, que faziam parte da economia domestica.
Então posso concluir como as modernas designações mais pomposas, que a minha avó era uma grande cientista licenciada em ciencia economica domestica ou administração domestica.
Com o sucesso de alguns economistas domesticos, a politica tambem quiz beneficiar dessa vantagem e ao meter-se na economia desgraçou a economia, pelo menos no brilhantismo que alcançou a gestão domestica.
Não se gastava porque não havia dinheiro suficiente e o endividamento estava fora de questão. Não se comprava pela mesma razão.
A " ciencia economica ", que devia levar o país à riqueza e ao engrandecimento acabou por minar as decisões politicas de tal modo se deixou levar pela facilidade do capital, que levou as entidades publicas a endividarem-se com juros altissimos e cuja divida mais capital são impagaveis.
Quando da crise da Grecia um ministro europeu confessou-se arrependido de ter emprestado uma quantia que dava para aumentar o salario minimo para o dobro. Pobre coitado e fraco economista.
Quem acaba por pagar tudo com lingua de palmo, é o pobre do cidadão atraves de cada vez mais impostos, porque os politicos não são atingidos, pois que recebem cada vez mais.É fartar.
O nexo entre gasto individual e equilibrio foi perdido e a politica daquilo que deveria ser foi completamente abandonada.
A sociedade e consequentemente os SERES HUMANOS  ( SH) tornaram-se egoistas com uma cada vez mais acentuada redução do interesse colectivo.
Os que não conseguem ser egoistas pelo individualismo aparecem como parasitas de um sistema que os protege.
A economia cientifica busca explicações, que não soluções, para manter um sistema, que favorece as desigualdades e que ate as considera imanentes e necessarias e em que o SH trabalhador escravo é o que menos conta ou conta apenas como peça absolutamente necessária e ainda não completamente descartavel.
Os autores são coniventes com um estado e um sistema em que nada pode ser alterado para melhor, não procurando soluções diferentes, nem argumentos novos, sobrevalorizando a escola pacificamente aceite do pensamento unico e sem derivações. Isto é, sem possibilidade de dialectica.
Mecanismos do mercado e poder politico andam de mãos dadas, caminhando de mãos dadas, na certeza da exploração do homem pelo homem e do trabalhador escravo, sabendo-se à partida, que o poder politico inteiramente fundado nos mecanismos do mercado, não resolve as desigualdades e pelo contrario as pode aprofundar, sendo o resultado universal das assimetrias do poder, que se geram com base no mercado.
Tudo porque não há democracia mundial mas apenas e só, cada vez mais, mercado mundial.
E se o mercado cria desequilibrios e desigualdades o maior sacrificado é o trabalhador escravo e logo o SH.
Foi feita uma proposta de reformulação dos organismos internacionais ( OMC, FMI, BM, OIT ), numa nova organização mundial de desenvolvimento social, que não obteve acolhimento. 
O social é o que menos conta nas relações de mercado.
Essa reformulação visava colmatar a ausencia de mecanismos de base democratica, legitimos democraticamente e aceites pelas opiniões publicas e respeitadas pelos movimentos sociais.
Mas no fundo e com poder de decisão alguem espreita o passo negativo da dialectica e as teorias de quanto pior melhor ou amantes das sociedades perfeitas.
As propostas alternativas são normalmente utopias a discutir e dos passos a dar para uma realização progressiva.
Existe uma ideologia politicamente correcta fazendo as vezes de pensamento, que a ortodoxia do sistema impõe atraves do pensamento unico, um moderno dogmatismo com pretensões universais dos interesses de um conjunto de forças ditas economicas, que são as do capital internacional apresentadas por alguns lacaios, cuja importância lhes advem das forças diante das quais se agacham.
O dogma paira no ar sob a forma de afirmações constantemente repetidas e marteladas, sem discussão, sem dialectica.
Donde resulta um determinado numero de teses, que exprimem a ideologia das forças dominantes e elitistas em que o economico se sobrepõe ao politico, economia que é liberta do obstaculo social.
O mercado é um idolo de barro, que qualquer Dª Branca, banqueira do povo, derrumba e cuja mão invisivel corrige as disfunções do capitalismo, sobretudo os mercados financeiros e sem rosto.
Pretende-se  menos estado nas actividades lucrativas e cujos investimentos estão concluidos, como foi o caso da E.D.P., com uma arbitragem constante a favor das receitas do capital em detrimento das do trabalho ou seja, do escravo trabalhador.
É constante e assumido o esmagamento do fraco pelo forte e nada se pode contra isso, meu irmão, e teras de te sujeitar, ou melhor, deixar escravizar.
A miseria dos humildes e dos trabalhadores assalariados é o preço da prosperidade geral e a economia cientifica e dogmatica sabe-o perfeitamente.
A logica financeira dita a sua lei ditatorial e tudo corrompe não se admitindo, que outro "modus vivendi" seja possivel.
Esta morta a dialectica. Pode ser que ressuscite milagrosamente e racionalmente.
OUT 2017
JC







quarta-feira, 4 de outubro de 2017

POETA NÃO SOU 147

CORO

Vozes.
Desalinhadas,
Desafinadas,
Cruas
E selvagens.
Vozes
Desligadas,
Desabridas,
Desencantadas.
De gente
Triste
Mal-amada,
Desiludida,
Desencantada, 
Que o maestro 
Firme e delicado, 
Molda 
Em vaso afinado.
É assim 
A minha voz.
Triste,
Mal-amada,
Desiludida, 
desencantada 
Mas...
Com o vosso calor 
E amor
Se tornou
Iludida 
E apaixonada.
FEV 99 
JC


POETA NÃO SOU 146

SONO/SONHO

Fui.
Tive de me despedir.
E desci
Ao fundo do mundo
E adormeci.
Receios, medos
Do mundo atribulado,
Me esqueci.
E sem sonhos 
Acordei.
E tudo recordei
Do muito mal 
Que ficou,
Do pouco de bom 
Por que passei.
Como era belo
Meu acordar
Se ...
Já vivendo a realidade 
Do presente ,
O passado, 
Não tivesse 
De recordar.
FEV 99 
JC 




POETA NÃO SOU 145

ESSA VOZ

Ai essa voz, 
Que me deixa 
solto;
Ai, essa voz,
Que me prende
Todas as minhas 
Emoções.
Voz meiga, terna, 
Que me cobre 
A alma,
Iluminando
O meu ser
E por breves
Instantes
Me faz, de alegria,
Renascer.
Voz cândida,
Que derrama ternura,
Como a nascente
De água pura
E onde me apetece 
Banhar.
Ai, se eu pudera 
Tudo alterar.
Só com o nosso 
Encontro
Irei parar e descansar.
JAN 99
JC


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

 A FALACIA DO CAPITAL


Os imperios devem a sua grandeza, quando a atingem, à grandeza moral dos seus dirigentes fazendo cumprir e seguir os valores perfilhados e mais convenientes para a sociedade que dirigem.
Foi um imperio cuja existencia dizem remontar à cerca de 35.000 anos.
O que é interessante verificar é que muitos dos conceitos, que hoje são seguidos, já naquela o eram embora com pequenas diferenças de entendimento como é natural.
Neste imperio existiam ou eram considerados três niveis de consciencia. É bom reparar que falam de consciencia no plano espiritual, psiquico e fisico.
Na sua existencia e vivencia consideram tres planos de manifestação.
O céu, morada do sol, da lua e todas as estrelas e onde habitavam as almas dos homens virtuosos, que ainda os havia naquele tempo pelos vistos.
Consideravam um segundo mundo, o da geração e dos Seres Humanos ( SH ) com as suas virtudes e os seus defeitos.
Consideravam um terceiro mundo ou mundo inferior ou infra-mundo onde moram as almas pouco evoluidas com a noção de ser ali o mundo das almas que vão nascer por necessidade de equilibrio entre os vivos e os mortos.
Consideravam o cadaver uma semente, que penetrava a terra para das suas entranhas surgir um novo SH , que o iria substituir.
Parece já terem, naquele tempo, a noção de reincarnação e de que és pó e ao pó vais voltar.
Mas agora com uma função de renovação do SH falecido surgindo das entranhas da terra um novo SH.
Era importante naquela altura a terra, muito mais do que agora e não necessitavam de medidas climaticas para a respeitar.
Neste imperio existia um codigo de moral quotidiana , que se expressava num não sejas mentiroso, não sejas ladrão e não sejas ocioso.
Pelos vistos estão muito esquecidas estas regras morais de sã convivencia nos nossos dias e para as nossas bandas.
A mais grave infracção moral era o acto de roubar, porque todos tinham o necessario para viver condignamente.
Quem roubava não o fazia por necessidade, o que seria uma atenuante, mas roubava por cobiça e ociosidade.
Como castigo era mandada cortar a mão que praticou o roubo. Uma mão ajuda a outra, logo, deviam ser as duas.
Os nossos primeiros reis tambem aplicavam este castigo. Ou a quem mata arranca-se-lhe o coração pelas costas, pobre Inês de Castro.
Toda a sociedade tinha um grande sentido de ideal de pureza pelo que nos dias determinados, que antecediam cerimonias consideradas religiosas praticavam o jejum e a abstinencia de certos alimentos como ainda hoje se pratica em algumas religiões.
Parece que não aprendemos nada de novo e não inventamos nada de novo.
Havia um profundo conceito de solidariedade sempre que ocorria alguma calamidade ou pestes ou secas ou inundações.
O exemplo dado pelas classes altas e dirigentes era fundamental para a vida e convivencia das populações.
Parece que os bons exemplos dados pelos dirigentes se perderam completamente.
A formação moral e cumprimento destes principios era incutido na criança desde o seu nascimento sendo mais importante  a pratica do dever do que o cuidado com o corpo.
Ensinava-se às crianças a serem uteis ao imperio e consequentemente a todos e sem causar dano a ninguem.
Às crianças, como parte da sua educação, eram-lhes dados pequenos bocados de terra, que a  trabalhavam, para que tivessem sempre presente , que todos deviam trabalhar.
A ociosidade era proibida e não existiam ociosos. Todos trabalhavam para sua propria subsistencia.
As terras eram propriedade do Estado não existindo propriedade privada nem terras cultivaveis ao abandono.
As terras eram distribuidas a cada familia segundo o numero de integrantes dessa familia.
Se algum membro da sociedade não podia trabalhar a sua leira, por doença ou outro qualquer motivo atendivel eram os vizinhos que cultivavam, para ele, o bocado de terra que lhe cabia.
Quando acontecia um falecimento a leira de terra , que lhe cabia era redistribuida a um novo membro da sociedade, pois que, as crianças, assim que nasciam, recebiam o seu quinhão para agricultar.
Neste imperio veneravam-se duas divindades principais: O sol e a lua. Consideravam o universo um ser vivo, que nascera, vivia e morreria.
Tambem tinham um conceito de criação, que considerava , que no principio  e na origem só havia vapor de agua, que inundava o universo. Este vapor de fumo condensou-se e formou a terra. Tambem tinham a noção de diluvio.
No interior da terra viviam os espiritos da Natureza, que criam todos os seres vivos à imagem do céu.
A terra era considerada mãe e o mar e as suas aguas eram considerados primordiais.
Terra e agua, fogo e ar eram considerados os elementos, que faziam parte da constituição de que nascera a criação.
Consideravam as colinas, as pedras, as arvores investidos de um caracter sagrado ficando no centro do sistema religioso o imperador divinizado, considerando, o seu deus nascido da espuma do lago e desaparecido na espuma do oceano, marchando sobre as aguas.
A  educação e a moral eram importantes na convivencia das populações concretizando-se numa social teocracia.
Os ociosos para comer tornam-se ladrões. Para que não haja ladrões , não deve haver gente ociosa, tendo esta ideia sido aplicada em lei.
Todos deviam trabalhar no seu proprio interesse  e em beneficio de todos , pois que todos possuiam o necessario para viver bem, com uma leira de terra e por isso, se trabalhada, ninguem tinha necessidade de se apoderar do alheio.
Consideravam, que a ordem terrestre era reflexo da ordem cosmica e o imperador enquanto sumo sacerdote era o elo de ligação e o garante da passagem da vida do aquem para a vida do alem.
Consideravam a vida uma aprendizagem constante e uma preparação para o outro lado da vida, que tambem, consideravam existir. Os mortos eram mumificados.
A unidade de destino para todos e com todos era um dos objectivos transcendental da sua educação com a argumentação mais do que com a violencia se obtem o que se quer e é necessario.
Existiam dentro do estado agrupamentos de familias, que viviam num regime comunitario, com leis e costumes particulares sob o controlo do poder central e o mais velho dessa familia era o responsavel pela organização e desenvolvimento do grupo estando todos ligados à terra e ao trabalho desta.
A terra mais que um valor economico tinha um valor  tradicional e sagrado.
Não existia propriedade privada e quando  nascia um filho este recebia uma parcela de terra, que se lhe dava em forma de emprestimo, devolvida aquando do seu falecimento.
Uma parte do tempo era destinado a cultivar  os campos dos invalidos , que por doença não o podiam fazer.
Os parasitas, os ladrões, os corruptos e os cobardes eram severamente punidos, mas a fome, a miseria e a injustiça não tinham lugar no imperio.
Este imperio chegou a ser considerado mais evoluido do que a europa e em que pautava um sistema de protecção fraterna.
O imperio procurava aumentar e dinamizar atraves da conquista. Mas raramente havia guerra.
O povo ou tribo, que se propunham conquistar eram convidados, em nome do sol, a reconhecer a autoridade do imperio sendo os seus chefes tratados com honra e com presentes.
A historia do fim deste imperio de sonho e irmandade foi destruido com a matança de 1,8 milhões dos seus integrantes em nome da imposição da " fé unica e verdadeira ".
Este imperio foi considerado ter alcançado um nivel cultural e tecnologico bastante desenvolvido o que o afasta totalmente do conceito de SH primitivos e cujo motor real desse desenvolvimento foi a magia religiosa.
Neste imperio não existia o conceito actual de capital e propriedade. Os pagamentos eram feitos em especie e trocas.
Tambem acreditavam na alma e na vida para alem da morte. A lua , dama da noite, indicava à alma o caminho para o alem superando diversas provas simbolizadas pelo oceano e pelas ondas, ate encontrar uma ilha.
As duas ordens miticas, solar e lunar, representavam dois movimentos religiosos complementares. 
Uma vez por ano estas duas ordens reuniam-se para um combate ritual. A luz solar, diurna e  a luz lunar, nocturna, complementam-se e oferecem ao SH a possibilidade de harmonizar os seus contrarios.
Alguns conhecimentos esotericos ou maximas de vida dos habitantes deste generoso imperio:
É possivel que tenhamos de ser apenas SH.
Não sou um sabio mas apenas um ser apaixonado pela vida.
Sou guerreiro; a minha espada é o AMOR; o meu escudo o humor; o meu espaço é a coerencia; o meu texto é a liberdade criadora.
Perdoem-me se a minha felicidade é insuportavel mas não escolhi o bom senso comum.
Apenas o AMOR inspira as minhas acções e reflexões.
Deixei de questionar se as minhas acções incomodam aqueles que convivem ao meu lado.
Não precisamos de correr para nenhum lugar; apenas dar cada passo com plena consciencia.
Quando permitimos, que as coisas sejam maiores do que nós, o nosso desequilibrio esta garantido.
AMO a minha loucura, que me vacina contra a estupidez.
Amo o AMOR , que imuniza contra a infelicidade que prolifera, atrofiando os corações.
As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade , que a sensação de felicidade lhes parece estranha.
As pessoa estão tão reprimidas, que a ternura espontanea as incomoda e o AMOR  lhes inspira desconfiança.
A vida é um cântico à beleza, uma chamada à transparência.
Peço-vos perdão, mas declaro-me VIVO E INDIO.
Set 2017 
JC