sexta-feira, 15 de maio de 2020

POETA NÃO SOU 191

SOZINHOS

Navego 
No mar calmo
E imenso Da indiferença.
Mergulho 
Nas suas profundezas,
E só encontro
Sozinhos.
Os semelhantes
Olham desconfiados
E afastam-se 
Descomprometidos.
Metidos 
Nos seus cacifos
Dourados
Da indiferença
São uns iluminados,
Também sozinhos
No mesmo mar calmo,
Mas menos profundo.
Mai 2020
JC

segunda-feira, 11 de maio de 2020

POETA NÃO SOU 190

CORONADO

Confinado,
Mas contrariado, 
Assim como 
Defunto adiado,
Embrulhado 
Em papel mortalha,
À espera
De uma qualquer decisão
De ressurreição 
Polìticamente correcta
Ou não.
Antes morto morto,
Que nem vivo nem morto.
Antes definitivo,
Do que confinado, contrariado
E adiado.
Em que todos os dias
Parecem dia de finados.
Não preciso de coronas
Para ser empacotado.
Mai 2020
JC