sexta-feira, 29 de novembro de 2019

POETA NÃO SOU 186

CONTRALUZ

Só quero 
A tua silhueta
Em contra luz.
Mais de costas, 
Que de  frente.
De costas,
Te realça
Menos os desejos.
De frente,
É uma tortura
Interminável.
Alzira
Apaga a luz,
Por favor.
Minha tortura,
Em contra luz.
É um horror.
29NOV2019
JC


quinta-feira, 28 de novembro de 2019

POETA NÃO SOU 185

BASTA YA

Luta irmão Indígena,
Luta irmão originário,
Luta por esse bocado 
De saiote
Da madre terra,
Que te viu nascer,
Te sustentou 
E te cultivou.
Volta para a tua tribo.
Abandona os colonialistas.
Volta para a tua nudez
Primordial e natural.
Abandona as efémeras riquezas.
Cultiva apenas a madre terra
Para que te sustente.
Ela dará tudo o que necessitas.
Não lamentes
Entregar tua vida prematuramente.
Semeia a tua luta
Para que os vindouros a colham.
Não lamentes entregar tua vida 
Ceifada pelo ódio das elites,
Pois terás assegurado
O teu lugar de herói 
No panteão dos heróis imortais.
Da tua luta e sacrifício 
Saberão muitos mais.
28NOV2019
JC












sábado, 16 de novembro de 2019

POETA NÃO SOU 184

FINITUDE

Sentado 
Na cadeira do café,
Sinto-me
Em movimento.
O movimento 
Tranquilo
Da madre Terra,
E um movimento
Do corpo,
Descendente,
Como se, 
Uma força 
Puxasse o meu corpo
Para um poço 
Sem fundo 
E sem salvação,
Que todos alcançarão:
O poço da finitude.
Assim como que,
Uma gravidade negativa,
Que só a mim 
Me puxa o corpo
E me faz crer
Na vida finita,
E que me quer 
Nesse poço sem fundo:
Da finitude.
Finalmente,
Sinto uma atitude
De me querer,
Nem que seja, a finitude 
Da minha vida.
Sinto-me desejado.
Sinto-me Atraído.
Nov 2019
JC