quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

DOGMAS E FALÁCIAS

AS VOLTAS DO ENGANO

Apócrifo - termo de origem grego que significa " coisas escondidas ".
O termo apócrifo é usado para designar livros que já foram considerados úteis pela igreja.
No entanto os fieis ortodoxos não os consideram assim sob o ponto de vista doutrinário.
Foi a partir do concílio de Niceia - ano 325 , que apócrifo foi considerado " espúrio " ou " falso " por nítida conveniência politico-religiosa.
Politica porque o imperador romano Constantino, através da ocupação de Jerusalém sabia o quanto os impostos recebidos dos fieis de Jerusalém eram importantes.
Religioso porque a igreja tinha todo o interesse, mais material, que espiritual, em ter uma cidade santa.
Pode-se dizer que começou aqui, em Niceia, a santa aliança fascista-financeira e religiosa.
A grande Roma imperial nunca mais foi a mesma. Pela negativa.
Livros apócrifos do novo testamento foram assim considerados devido às varias interpretações  de que a mensagem de Jesus foi objecto. Aqui anda se falava de Jesus.
Cada interpretação visava preservar a melhor autenticidade das diferentes obras.
Para cada interprete a sua visão era a melhor , como é natural.
No entanto algumas igrejas mais para oriente ainda utilizam e seguem algumas obras consideradas apócrifas no ocidente catolico romano.
Com o cristianismo nasceu um genero literario , que veio a ser chamado de evangelhos entre os sec I e IV, que giram em torno da pessoa de cristo, sua obra e ensinamentos e cujo conteudo remontava ao tempo de jesus.
Existem centenas de evangelhos conhecidos e citados na literatura pelos membros da igreja nas suas obras, sendo o evangelho considerado um genero literário.
Os evangelhos oriundos das comunidades gnósticas falam em segredos, que não foram revelados aos apostolos mas numa revelação posterior.
Porquê tantos evangelhos??? Cada cabeça sua sentença, ou seita, ou comunidade ou região, etc.
Disputas doutrinárias, comunidades que se dividiam e práticas aberrantes obrigavam à produção adicional de mais escrituras " sagradas " .
Alguns eram escritos para satisfazer a curiosidade popular sobre factos não mencionados nos evangelhos canónicos.
Das varias doutrinas expostas : jesus teria um corpo não sujeito às leis do espaço e do tempo ; defesa da virgindade perpetua de Maria ; referencia a uma relação amorosa entre jesus e Maria Madalena; Docetismo, que entende que aquele que sofre e morre é apenas uma aparição do verdadeiro jesus, que é divino e por isso não pode sofrer e morrer; que o corpo se volatilizou antes de subir ao ceu.
Outros pregam coisa diferente: morreu na cruz e ressuscitou e subiu ao céu.
Alguns evangelhos apocrifos, apesar de gnosticos, reflectem um cristianismo popular marginal.
Outros dão exemplos morais em que o menino jesus amaldiçoa e mata quem se atravessa no seu caminho; os que haviam falado mal dele ficaram cegos.
Muitos dos livros estão cheios de lendas, fantasias e historias fantásticas.
Com o crescimento do poder da igreja os evangelhos apocrifos foram desaparecendo, embora fossem lidos durante toda a Idade Média.
Defendem alguns que  a igreja catolica ap. e romana oculta e guarda evangelhos, que contradizem e refutam o cristianismo tradicional e ortodoxo.
Varias criticas foram lançadas pela igreja contra muitos dos evangelhos considerando de heresias os seus conteudos.
Os seguidores dos evengelhos apocrifos e gnosticos,  atraves de uma suposta imaginação criativa da comunidade, criam um campones judeu, com ideias e estilo .de vida de um filosofo cinico, praticando curandeirismo entre o povo simples, cheio de ideias gnosticas, que é transformado em cristo.
São estas e outras doutrinas contraditorias que sempre me fizeram desconfiar da veracidade dos relatos e do alçapão da fé.
Perante alguma dificuldade usa-se a máxima de ser através da fé ou a outra maxima " olha para o que digo, não para o que faço ".
Não preciso de ir por aí.
Sou livre e cinico no sentido de pretendendo e vendo na pobreza e renuncia ao materialismo uma virtude.
Acredito no ser Humano e na sua grandeza infinita e que não precisa de nenhuma entidade que lhe seja superior.
JC                                                              23/12/2015


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