segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

POETA NÃO SOU 111

PRISIONEIRO

Desligar a pilha 
Da minha paixão,
É como ficar
Numa prisão.
Prisioneiro dos teus encantos.
Aos meus olhos são tantos
E todos esplendorosos.
Conformo minha paixão.
E em vez de desilusão,
Uma alegria contida,
Uma alegria cantada.
Vou ser 
O teu canario
Na tua gaiola.
Chilreando ao teu ouvido,
Mesmo nesse espaço
Tão limitado.
Ainda canto
Um qualquer fado
De desilusão e Amor
Para te agradar.
Canto para te conquistar.
Capelas, contigo adentro,
Têm mais encanto.
26/04/2012
JC
POETA NÃO SOU 110 

SONHAR ACORDADO

Elegante, formosa,
Bem cheirosa,
Ai de mim.
Como uma pena 
Não anda.
Parece flutuar
Na crista da onda
De mar chão.
É uma ternura.
Leve como uma borboleta,
Não caminha.
Parece suspensa
Em nuvem de algodão,
Prenha de candura.
Mira; 
Não dorme.
Sonha acordada.
Ainda vai voltar,
Nunca é tarde, a Amar.
09/04/2012
JC


POETA NÃO SOU 109

VOANDO

A saudade 
Me levou 
E me tocou.
Fechei os olhos
E deixei-me levar,
Sem saber donde 
E para onde.
De repente
De olhos fechados
Os odores 
Me sufocaram.
As imagens gravadas
Me recordaram.
Teus olhos,
Que encantam
E cativam,
Teus odores 
Gravados
No meu coração.
Não sei se louvar
Ou lamentar
A saudade.
Apetece-me morar
No penedo da saudade.
2012
JC


POETA NÃO SOU 108

ALMA MORTA

Liberto 
Dos bens materiais,
Facil viver,
Sem os querer.
Ate ao fim
Acreditar,
No meu semelhante, 
Amigo, amante.
Profunda desilusão.
Ultima desilusão.
Não posso mais crer.
Minh'alma vou enterrar.
Viver o resto
Sem interessar.
As portas cerrar.
A solidão abraçar.
Deixar de acreditar.
Tudo é ilusão.
Tudo é desilusão.
Tudo é simulação.
Fechado aos sentimentos,
Aos interesses ocultos,
Viverei liberto.
Esperarei de certo,
O meu momento de libertação;
Vem depressa 
Templo de solidão.
08/07/2012
JC


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

DOGMAS E FALÁCIAS

CONCEPTUALIZAÇÃO VEÍCULO DE  DOMINAÇÃO

As correntes de opinião, que tornam o conceptualismo ou conceptismo como fantasias aceites e indiscutiveis são formas de dominação, usadas para fazer crer, que as coisas são assim e não podem ser de outra maneira.
No entanto, todo o conceptualismo, por mais refinado e fantasioso que seja, cai pela base, se colocar o Ser Humano (SH) como centro das suas concepções ou conceitos.
Perdida a pratica, boa pratica, da dialéctica, as elites dominantes criaram uma serie interminavel de conceitos ou concepções, sem justificação e sem sentido pratico, embora, teoricamente tudo seja possível e sem discussão.
Por conveniência das elites dominantes, a dialectica, como sendo a arte de argumentar ou pôr questões ou argumentar duvidas, foi posta de parte.
Já nada há a discutir; já esta tudo inventado e não vale a pena pensar nisto ou naquilo ou tão pouco levantar duvidas, porque são as coisas assim e não poderão ser de outra maneira.
Ao poder, ocupado pelas elites dominantes, não interessa ouvir objecções ou permitir discussões, que podem levantar duvidas na acção pacifica, sobretudo de quem é dominado.
Claro que antes da Revolução Industrial, tambem havia elites  e tambem havia dialectica.
Antes as elites eram aceites como governantes ou como grandes proprietarios e a dialectica fazia parte do dia a dia como forma de se atingirem conceitos desconhecidos ou colocar duvidas sobre se aquela conceptualização ou opinião do mestre não poderia ter outra abordagem teorico/pratica. E avançavam.
Esta exacerbada conceptualização tem um alvo predeterminado muito bem defenido, que é o SH e o não reconhecimento da sua grandeza e existência incomparavel. Não lhe dando importância é mais facil a sua dominação.
Tambem não interessa, que o SH se postule como ente superior a qualquer outro e sem qualquer semelhança com qualquer outro ser vivo.
Prova flagrante desta leitura é que na maior parte dos escritos, raramente é referida a existência do SH  como actor principal de toda a progressão da Humanidade.
Tanto assim, que uma afirmação ou escrito, se tornou numa conceptualição filosofica, aceite como tal, mas com muitas duvidas se o seria, teve a ousadia de afirmar o que se tornou um dado aduirido como conceitos indiscutiveis.
O famoso dito e frequentemente citado, embora não discutido foi : SER OU NÃO SER EIS A QUESTÃO.
Aparentemente será uma afirmação e uma negação ou não ser, sendo uma contradição latente se se refere a uma qualquer existência:SER.
E o não ser é uma negação do existir. Se é, não pode não ser. 
Esta afirmação visa a negação do SH.  Não vale nada, não tem valor.
Toda esta conceptualização cai pela base e se esvazia, se lhe colocar uma referência ao SH.
Em vez do ser-vazio de sentido, incognito, abstracto, colocar o SH É.
E tudo o resto fica sem sentido, isto é, não ser outra das maneiras subtis de denegrir a grandeza do SH e ter um discurso ambiguo não referindo directamente o SH, mas dirigindo-se-lhe, como se o fosse, sem que queiram que o seja.
Assim, em vez de dizerem no discurso SH falam de individuo ou individuos, que duvido se queira referir a uma pessoa ou tenha esse significado.
Uma das que mais me ofende é a consideração de que o SH é um animal como todos os outros animais.
Nada mais humilhante para o SH. O SH é o SH e o animal ou outros animais são os  animais.
Recuso o classificativo de animal. Sou um SH. O meu gato é um animal. E como me entende.
Outra das conceptualizações mais dominadoras do SH é o conceito de " mundo ", que não existe.. E este conceito abstracto de " mundo "abarca quase tudo embora não tenha qualquer referência concreta.
De tal modo é estranha a sua conceptualização, que as religiões da criação dizem que" deus criou o mundo".
Logo, se o mundo não existe, logo, deus criou um nada, logo, deus tambem é um nada. É um silogismo facil de chegar à conclusão.
Mas dá muito jeito ao discurso politico e religioso fazerem referências constantes ao "mundo" e ao " novo mundo ". Não os consigo encontrar em parte nehuma.
Outra das conceptualizações ou conceptismo, que mais oprimem o SH e até o torturam psicologicamente é o conceito de " céu ". Claro que o ceu não existe. 
É uma criação espirita para dominação da religião e prolongamento da sua dominação e tortura psicologica. Céu e inferno podem arrumar-se na mesma gaveta pois nenhum destes conceitos tem existência objectiva, mas apenas espirita.
Algumas das reflexões, que me inquietam e me espantam ou talvez não, da maneira como as elites, para dominarem, dominando, escavam poços fundos onde arrumam as conceptualizações mais humilhantes e quando, de tempos a tempos, vão ao fundo do poço buscar um velho conceito, caído em desuso, mas que de repente reaparece como sendo, qualquer coisa de novo: " novo mundo ", "nova politica", "nova doutrina ", " nova vida ", etc, etc, etc.
Não sei para onde vou, mas sei, seguro, que não vou por aí.
08/12/2016
JC 













segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

POETA NÃO SOU 107 

FADO TRISTE

Cantando, 
Encantado,
Embalado,
Nos braços do teu Amor.
Sonho acordado
E viajo,
Nesse desejo amordaçado
De encontrar
Uma mulher carinhosa,
Uma alma generosa,
Cheia de Amor,
Que me apagasse a dôr,
E me incendiasse
Com muito Amor.
E vou cantando, 
Encantado,
De tanta felicidade,
De tanto Amor,
Que me dás.
Esqueci tudo
Lá para trás.
2012
JC

POETA NÃO SOU 106

DESEJOS


Mais uns dias 
Passados, penosos,
Mais umas gramas
De saudade.
Dias saudosos
Sem poder ouvir
Os latidos 
Do teu coração.
Saudade imensa,
Mar imenso.
Barreira de separação.
Dias mais longos,
Sem sentir o calor 
Da tua mão.
Esperança vou tendo.
Um dia acabara
A minha solidão,
A nossa separação.
Acabar os meus dias,
Ternamente,
Nas tuas mãos.
Dar suspiros
De satisfação
E ainda sentir,
No aconchego do teu regaço 
Levedura de carinho
E de felicidade
Tudo levarei, 
Tudo guardarei
Ate à eternidade.
11/04/2012
JC



sábado, 3 de dezembro de 2016

DOGMAS E FALÁCIAS

DOGMAS DE DOMINAÇÃO

Os poderes instalados ofuscam o mais possivel a Realidade que nos rodeia.
Tudo é feito e estudado cientificamente  para que ao Ser Humano (SH) não seja reconhecida toda a sua importância.
Um dos pilares desses poderes instalados é o capitalismo ao que a economia, a politica, a ideologia e a cultura se lhe subordinam ,prostrando-se a seus pés.
Poucos sabem o que é o capitalismo, qual a sua fonte e os seus proprietarios, que vivem ocultos nas engrenagens ou "geringonças" politicas e legislativas, que distraem os mais curiosos ou que encontram rapidamente uma explicação abstracta para qualquer duvida que possa surgir a qualquer afectado pela voracidade do capital e suas sequazes instituições.
Foi-se criando a ideia falsa, dogmatica, de que não há alternativa à sociedade capitalista e à organização politica do capitalismo, que o sustem.
Estes arautos não chegam a ver com um olho  ou recusam-se terminantemente a olhar para o outro lado, onde podem existir alguns exemplos bem diferentes daquele que advogam e professam cegamente.
Quem com eles discorda e sugere: Olhe para tal lado!! Desligam e acusam o seu interlocutor de radical ou pior. Gosto daquela asserção : consigo não se pode falar!! Claro que não, porque reconhecem não ter argumentos para contradizer o que os podia levar a admitir que estão errados.
Morreu, desculpem, não morreu, mas acabou a vida do grande comandante Fidel de Castro e os poucos que tem acesso aos meios de comunicação, lacaios do capital, taxam-no de " comunista" perigoso.
Mas comunista porquê se o comunismo não existiu, nem existe e é apenas um dogma? Mais um.
Só porque Fidel e seus companheiros ideologicos entenderam que é possivel construir uma sociedade diferente da capitalista: a socialista ou outra qualquer ??!!
Sonhou toda a vida com uma sociedade mais justa e mais equitativa e é bom sonhar. Sem nunca vender os seus ideais, ou seja, mantendo firme a suas convicções politicas. O capital não lhe perdoará, nunca.
Talvez desejasse uma sociedade menos elitista e racista do que a sociedade capitalista e que é promovida diariamente.
São as elites, herdeiras da nobreza monarquica, que estão afogadas em privilégios, como foi o exemplo vergonhoso das chefias da CGD, banco estatal e do Povo.
Ao povo só se distribuem migalhas choradas, mas aos nobres elitistas da-se-lhe o que não há, aumentando escandalosamente aquilo de que já são porprietarios.
Se na caixa não há dinheiro suficiente, então, qual o problema. Lança-se mais um imposto e até o sol já paga imposto, assim com a casa bem situada e com belas vistas. Uma vergonha colossal.
O capital politico  e seus mentores escondem a realidade, que os rodeia, criando cientificamente conceitos deturpados, que ou não existem ou não têm explicação logica.
Tudo mais ou menos calculado para que as ferramentas que os alimentam e e lhes mantêm os seus privilegios não deixem de trabalhar, vivendo numa alienação quase total com as falsidades que são lançadas todos os dias e a cada instante.
Ciência - tudo é explicado cientificamente só que " ciência " não existe ou não faz sentido. O que há são estudos e estudo, mais ou menos prolongados e que acabam por dar os seus resultados ou não. Mas estes estudos resultam mais nas materias objectivas do que nas abstratas, embora nestas, cada um possa ter uma imaginação o mais livre e alienada possivel. Veja-se o caso dos estudos para decifrar o ADN do SH.
Mas dizendo-se que é um cientifico aliena mais completamente e muitos comem sem saborear.
Razão - a razão do iluminismo não existe pura e simplesmente. O que existe no SH é um cerebro incomparavel, que se limita a trabalhar os dados que lhe são fornecidos e que vai absorvendo e registando, nada lhe escapando. E raciocina.
Economia - e seus ramos tambem não existe. Economia politica ainda menos. O que existe são contas a fazer por cada actividade e ver ao fim do dia se tal produção deu lucro ou prejuizo.
Essa conta de somar e subtrair é que contem a verdade das empresas. Tudo o resto são dogmas mais ou menos rebuscados. Como se diz na giria. As empresas têm tres escritas mas nenhuma é verdadeira.
A razão criou o racionalismo época do iluminismo em que os iluminados ou priveligiados, como prefiro dizer, é que tinham a razão.
E tudo ou quase tudo gira à volta destes conceitos abstratos e falsos e sem concreção e em que o unico objectivo é a dominação das classes menos instruidas e normalmente, o operariado trabalhador.
Daí alguns teoricos considerarem a economia como que determinando tudo. Não tendo justificação a economia, logo, este determinar tudo é um falso problema.
No fundo do tunel, que o capitalista e priviligiados seus lacaios sabem que não existe luz lá no fundo, todos estes conceitos cientificamente justificados pelas elites leva a que a sociedade em que estes conceitos proliferam, se diminua a liberdade  de cada um, a democracia não exista, porque não há qualquer igualdade.
Embora muitos continuem a acreditar que a luz existe no fundo do tunel e que pode lá chegar. Um dia.
03/12/2016
JC








quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

POETA NÃO SOU 105

DESDITA

Saudade,
É lamento,
De tanto tempo
Passado;
Destinos distantes,
Caminhos diferentes,
Ultrapassados,
Sem te conhecer,
sem te ter,
sem te ver.
Saudade é,
Dois destinos
Entroncados,
Na desdita,
Na amargura,
Dos nossos fados.
Saudade será,
A amargura da ausência.
Depois de te conhecer.
A vontade imensa
De te ter,
De te ver,
De te pedir,
Suplicando,
Ama-me.
09/04/2012
JC

POETA NÃO SOU 104

SEM QUERER

Não me ames.
Nada devo receber
Do teu Amor.
Não iria corresponder
Ao teu querer.
Meu sentimento
Foi-se debilitando
Das amarguras
Do não querer.
Reduzindo, encurtando.
Teu amor seria,
Para mim,
Àgua fresca brotando,
Em pequenas gotas 
Me dessedentando.
Teu Amor seria,
Como sol,
Que brilharia
E minha alma aqueceria,
Eternamente,
Noite e dia.
Ao teu querer,
Não iria, nunca,
Corresponder.
23/05/2012
JC


POETA NÃO SOU 103

NASCIDA

Corre incessante
A nascente
Da fonte dos amores,
Para o mondego.
E o mondego
Embala, 
Nas suas àguas
Todos esses amores,
Nascidos 
Na fonte dos amores.
Alguns se perdem no mar,
Alguns de deixam Amar.
Numa manhã
Olhei as àguas onduladas 
Do velho mondego.
Um vento suave as ondulava.
Nelas espelhava
Um amor de mulher,
Mulher que encantava,
Que me encantou.
Sua beleza me enamorou.
Dela de pronto me enamorei.
No dia a dia vivo enamorado
E apaixonado.
Aquele encanto de mulher
Me enamorou, 
E a serenata ecoou.
Nas ondas do mondego 
"Dei um beijo a sós e a medo".
Aquele encanto de mulher
Correu para o mar
E não se deixou Amar.
2012
JC
POETA NÃO SOU 102

DA FONTE

O mondego te banhou,
O mondego te abençoou,
O mondego te levou
À fonte dos Amores.
Aí bebeste água pura
Onde nascem os amores.
Nasceu para ti um Amor,
Recebido com desconfiança.
Amores verdadeiros
Já não se alcançam.
Mas da fonte dos amores,
Testemunha do grande
Amor de Inês,
Nascem amores sinceros
E amores inteiros.
As aguas da fonte 
Os abençoam
Em Amor primeiro.
2012
JC
POETA NÃO SOU 101

DA FLOR

Uma flor,
Que o vento suave,
Suavemente acaricia.
E a flor evita 
A caricia e se desvia,
Baloiçando, como dançando
Com elegância e formusura.
Manhã de nevoa
Formando goticolas 
De agua pura,
Banham as petalas
Da flor
E a deixam perfumada.
A flor encantada,
Encantadora,
Absorve as gotas
E as transforma 
Em pingos de Amor.
Dá-me, bela flor,
Essas tuas goticulas
De pingos 
De teu Amor.
Serão suficientes
Para acalmar
A chama ardente
De querer o teu amor.
2012
JC